O surgimento de focos de ferrugem asiática no Paraná tende a crescer a partir desta semana, segundo os especialistas que monitoram a cultura. Além das lavouras estarem entrando no período de florescimento, o clima quente e úmido, que favorece a planta, também é o ambiente perfeito para a multiplicação do fungo Phakopsora pachyrhizi. A saída para evitar prejuízos é percorrer a plantação para coleta e avaliação de folhas intermediárias, onde aparecem as manchas da ferrugem.

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Se o monitoramento não for intensificado, a tendência é de que o número de focos aumente nesta safra. No plantio anterior houve cerca de 250 casos no Paraná, num total de 1.409 em todo o Brasil. "A elevação das chuvas pelo fenômeno El Niño favorece a ferrugem asiática. Mas se o produtor controlar a doença no momento certo, não vai perder em produtividade", afirma a pesquisadora Cláudia Vieira Godoy, da Emprapa Soja, em Londrina. A doença apareceu na safra 2001/02, se espalhou e já causou prejuízos de R$ 16,5 bilhões.

Os dois primeiros focos de ferrugem registrados no Paraná não causaram danos. Eles apareceram em plantas voluntárias (que nascem fora da lavoura), em Marechal Cândido Rondon e Formosa do Oeste (Região Oeste), e já teriam sido controlados. Conforme o sistema de alerta gerenciado pela Embrapa, a doença foi detectada em sete estados nas últimas semanas: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rondônia e São Paulo. Pelo menos por enquanto, Santa Catarina e Rio Grande do Sul estão sendo poupados pela ferrugem. A época mais crítica deve ser janeiro, como ocorreu nas últimas cinco safras de soja.

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Os produtores demonstram cada vez mais consciência, afirma a engenheira agrônoma Tatiane Dalla Nora, da Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec) de Cascavel. "Eles passaram por treinamentos e hoje têm mais facilidade para identificar a ferrugem sozinhos." Ela relata que os produtores paranaenses sabem que a ferrugem vai chegar com força, só não sabem onde a doença aparecerá primeiro e quem terá de iniciar o controle químico do fungo, que pode exigir mais de uma aplicação para a soja que vai florescer mais tarde.