O Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário teve retração de 6,6% em 2016, comparado a 2015, informou nesta terça-feira (7) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda anual é a maior da série histórica com a atual metodologia, iniciada em 1996. A média geral do PIB brasileiro fechou em -3,6% que deu ao momento vivido atualmente o título de pior recessão da história do Brasil.
O resultado agrícola ruim foi provocado pela quebra de safra na agricultura, por causa de problemas climáticos. A safra de milho encolheu 25,7% em 2016. A produção de cana de açúcar encolheu 2,7%, enquanto a safra de soja diminuiu 1,8%.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, ressaltou que o peso de cada produto foi decisivo para provocar o resultado da agropecuária. “Essas três culturas pesam cerca de 60% do total da agricultura brasileira: milho, cana e soja. E o que cresceu pesa mais ou menos só 10% da agricultura brasileira”, completou a coordenadora do IBGE. Rebeca refere-se ao crescimento de 22% na safra de trigo, 15,5% no café e 2,8% na mandioca.
Paraná
O PIB agropecuário do Paraná teve resultado melhor que o nacional, mas ainda assim fechou em baixa: -3,1%. Assim como no cenário brasileiro, a quebra na safra de grãos foi determinante para definir o desempenho negativo. As informações são do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes).
O presidente do Ipardes, Julio Suzuki, prevê que em 2017 a economia paranaense vá retomar a rota do crescimento, principalmente puxada pelo agronegócio. “Os setores de agricultura, pecuária, silvicultura e outros segmentos serão impulsionados principalmente pela produção de grãos: soja e milho. Estes devem ser os grandes vetores e acreditamos que a agropecuária vai fazer a grande diferença neste ano”, diz. O instituto calcula alta de 6,2% no PIB agropecuário e de 1,5% na média estadual.
Previsão para o Brasil
O agronegócio também deve ter papel de destaque no início da recuperação da economia do Brasil prevista para ocorrer em 2017. Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados, acredita que neste ano o PIB crescerá 1%, impulsionado em particular pelo agronegócio. A previsão é de que as colheitas sejam positivas, com aumento de 17% na produção, acompanhado por uma alta de preços.