Em tempos de crise política e econômica, com números negativos em todos os setores da economia, o agronegócio, mais uma vez, mostrou a sua força. Mesmo com um crescimento tímido, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio cresceu 0,6% em fevereiro e acumula alta de 1,09% nos primeiros dois meses de 2016, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP). Todos os elos que envolvem a cadeia produtiva do setor apresentaram expansão neste ano, com destaque para a indústria, que teve variação de 1,24%, seguida pelos segmentos primário (1,13%), de serviços (1,09%) e insumos (0,68%).
O resultado do PIB foi puxado pela cadeia agrícola, que teve crescimento de 0,9% em fevereiro, chegando a 1,62% no acumulado de 2016 (janeiro/fevereiro). Neste segmento, a produção primária foi a principal responsável por impulsionar o setor na agricultura em 2016, com alta de 2,10% no bimestre. No acumulado do ano, os setores de serviços, indústria e insumos da produção vegetal subiram 1,63%, 1,45% e 1,09%, respectivamente. Já o desempenho da pecuária, de modo geral, foi negativo, com queda de 0,03 em fevereiro e retração de 0,06% nos primeiros dois meses do ano.
A agricultura foi o grande destaque na produção primária (dentro da porteira), em razão da alta dos preços, que variaram de 12,56% na comparação bimestral 2016/2015. Uma das culturas que mais se beneficiou com este cenário foi o algodão, com elevação de 33,27% nos preços nos primeiros dois meses de 2016, na comparação com o mesmo período do ano passado, e redução da oferta, principalmente no oeste da Bahia, por conta da queda de produtividade e diminuição de área plantada. Assim, espera-se, para a fibra, alta de 26,23% no faturamento.
Outras culturas que devem ter receita maior este ano no segmento primário são: banana (12,48%), cacau (21,5%), café (10,86%), cana (7,12%), feijão (7,29%), laranja (13,03%), mandioca (11,59%), milho (36,63%), soja (16,88%), tomate (25,92%) e trigo (17,01%). Na pecuária, houve recuo de 0,05% no bimestre no segmento básico. A agricultura impulsionou, também, a agroindústria. A parte de processamento vegetal teve bom desempenho especialmente por conta da elevação de preços, com destaque para celulose e papel, etanol e açúcar.
Mais detalhes podem ser conferidos no Boletim do PIB.
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