Projeto de Aline Bonk permitiu a viabilidade econômica da família em União da Vitória.| Foto: Divulgação/Faep

Os três vencedores do Programa Empreendedor Rural (PER) 2015 têm uma história em comum: encontraram soluções onde parecia haver apenas dificuldades. Os trio vitorioso foi apresentado durante evento de encerramento nesta sexta-feira (4) que contou com a participação de mais de 5 mil produtores rurais, em Pinhais.

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O caso de superação da bióloga e estudante de agronomia Aline Bonk, 24 anos, de União da Vitória, a grande vencedora com o projeto “Ampliação de viveiros para piscicultura”, é emblemático. A propriedade dos pais era deficitária. E a partir do diagnóstico realizado dentro do PER, a família tomou a decisão de ampliar a atividade da piscicultura com a construção de 16 novos viveiros.

“Isso aumentou nossa capacidade de produção em 30% e deixou as contas no azul”, explica Aline.

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Ainda falta visão empreendedora ao agronegócio, dizem especialistas

Apesar do avanço da capacitação técnica do setor, ainda falta ao agronegócio uma visão mais empreendedora, segundo diagnóstico de especialistas do setor. “É uma jogada muito inteligente você capacitar as pessoas com foco na proatividade. Não basta apenas tecnologia. Esse é um exemplo dado pelo trabalho em cooperação, que é referencial do Paraná”, a

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Além da criação de peixes, a propriedade da família Bonk, de 4 hectares, conta com cultivo de milho no verão e pastagens no inverno, erva-mate e reflorestamento. “A grande lição que eu tive no programa foi o de enxergar a propriedade como uma empresa e a de poder buscar soluções para os obstáculos”, ressalta a bióloga.

Pecuária de corte

Situação semelhante foi enfrentada pelo casal Marcio e Rossana Manfredini, que conquistou o segundo lugar no PER. Marcio trocou 25 anos de atividade no ramo da indústria gráfica pelo campo. Já sua esposa está cada vez mais engajada na atividade agropecuária, mas sem deixar para trás 29 anos de academia de dança.

Marcio e Rossana mudaram de profissão para obter sucesso na pecuária de corte. 

“Estamos tendo um novo começo com o agronegócio. O nosso projeto “Bovinocultura de corte – implantação e reforma de pastagens na Lagoa Seca” prevê a potencialização da produção de carne vermelha sem que seja necessário aumentar a quantidade de hectare”, conta Rossana.

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Parte da propriedade do casal está arrendada para a produção de batata e de soja, o que garantiu capital de giro para impulsionar a bovinocultura. O projeto também foi vinculado ao programa Pecuária Moderna, lançado este ano pelo governo estadual.

“Com o PER eu percebi que não sabia de tudo. A humildade é fundamental para que possamos adquirir novos conhecimentos”, ressalta Marcio.

Pecuária leiteira

O terceiro lugar ficou com o projeto “Sítio Vale do Mel – Agricultura e pecuária leiteira”, da estudante de Agronomia Flávia Smulek, 19 anos, de Prudentópolis O projeto estratégico da propriedade foi decidido em família e aumentou a produtividade da produção de leite.

Flávia Smulek investiu para diminuir o estresse dos animais e aumentar a produção. 

“Como o galpão anterior era muito pequeno, tínhamos problemas de estresse animal. Para resolver isso, construímos um novo tratador, com capacidade para 30 vacas em lactação, e melhores condições de bem-estar para o rebanho”, disse Flávia.

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Ainda de acordo com a estudante, a participação no PER foi fundamental para os planos de sucessão da propriedade familiar. “O PER me motivou para que eu continue tocando a propriedade no futuro”, planeja.

Premiação

Como prêmio pelas conquistas, o trio de vencedores ganhou uma viagem internacional com visitas técnicas e também turísticas para um destino ainda indefinido. Eles também ficaram entre os 10 finalistas do PER, promovido pelo Sistema Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR) em parceria com o Sebrae e as duas federações que representam a categoria, Federação da Agricultura do Paraná (Faep) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep).

Neste ano, foram 707 produtores rurais concluintes e 99 projetos analisados. Para o presidente da Faep, Ágide Meneguette, o PER ajuda a consolidar o agronegócio, que colabora diretamente com a economia do estado. “O Paraná não teria alcançado a posição de quarta economia do país se não fosse a força do campo”, ressalta.