A prioridade número um é atender as regiões do Semiárido brasileiro e do Matopiba| Foto: HUGO HARADA/HUGO HARADA

Na terça-feira (10), a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Kátia Abreu, anunciou o Plano para Expansão, Aprimoramento e Desenvolvimento Sustentável da Agricultura Irrigada, projeto que visa aumentar em 10 anos a área irrigada do país de 6,2 milhões para 11,2 milhões de hectares, um incremento de 80% .

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O plano de irrigação foi apresentado a autoridades e do setor produtivo pelo diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Arno Jerke Junior, ex-diretor do Departamento de Sistemas de Produção e Sustentabilidade do ministério. Segundo ele, o projeto tem os seguintes objetivos: usar a água de forma racional, evitar as perdas agrícolas por causa de problemas climáticos, aumentar a produtividade de 3,4 para 4 toneladas por hectare e gerar até 7,5 milhões de empregos diretos e indiretos. Do ponto de vista ambiental, busca diminuir a pressão sobre a abertura de novas áreas de produção.

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As áreas identificadas para o fomento da agricultura irrigada, a curto prazo, têm 4,5 milhões de hectares e estão localizadas em 298 municípios brasileiros. “Às vezes, você tem uma terra maravilhosa, água disponível, mas não tem estrada nem energia. Então, aquele local não pode ser prioritário”, disse a ministra.

A prioridade número um é atender as regiões do Semiárido brasileiro e do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). “Dos 6 milhões de hectares irrigáveis no Matopiba, 500 mil estão prontos, com energia, estrada, armazenagem. Toda a área estratégica de investimento está pronta, é só financiar o produtor. Essa é a grande novidade do estudo”.

O Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017, lançado no último dia 4, destina R$ 550 milhões para financiar a irrigação.

De acordo com o mapeamento da área irrigada e do número de equipamentos de irrigação por pivô central no Brasil em 2013, quase 80% da área ocupada por pivôs centrais está concentrada em quatro estados: Minas Gerais (31%), Goiás (18%), Bahia (16%) e São Paulo (14%).

O levantamentou identificou também a existência de 17.878 pivôs centrais, ocupando uma área irrigada de 1.179.176 hectares. Cerca de 90% dos pivôs concentram-se nos Estados de Minas Gerais (5.573 pivôs, 366.428 ha irrigados), São Paulo (3.528 pivôs, 168.674 ha), Goiás (2.872 pivôs, 210.724 ha irrigados), Bahia (2.792 pivôs, 192.223 ha irrigados) e Rio Grande do Sul (1.111 pivôs, 76.081 ha irrigados). Aproximadamente 45% dos pivôs centrais do Brasil concentram-se na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná; e quase 30% na do Rio São Francisco

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O plano de irrigação tem duas etapas:

Primeira etapa (2016 a 2019):

- ampliação da área irrigação em 1,5 milhão de hectares, considerando a infraestrutura atual disponível;

- implementação do Cadastro Nacional de Irrigantes;

- implantação de 50 unidades demonstrativas;

- capacitação de 20 mil produtores e técnicos;

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- implantação de três centro de referência em agricultura irrigada.

Segunda Etapa (2020 a 2024)

- ampliação da área irrigada em 3,5 milhões de hectares, a partir da identificação das regiões aptas, e equacionamento de questões de infraestrutura e logística;

- capacitação de 35 mil produtores e técnicos;

- implantação de 50 unidades demonstrativas.

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