Os preços sustentados e a estação das chuvas estimularam a antecipação do plantio do Sul ao Norte do Brasil. Depois de percorrer lavouras do Rio Grande do Sul ao Mato Grosso, a Expedição Safra Gazeta do Povo, em viagem pelo Centro-Norte nesta semana, verifica que a região também cultiva milho e soja em ritmo intenso, o que normalmente ocorre somente no final de novembro e no início de dezembro.

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O início precoce da temporada chuvosa nessa região pegou muitos produtores despreparados e provocou correria no campo. Seja para finalizar o preparo do solo ou para largar as sementes na terra, o trabalho começa de manhã cedo a segue até a noite na fronteira agrícola que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, o MaToPiBa. Cerca de 10% da soja e do milho já foram plantados, índice que deve evoluir rapidamente nos próximos dias.

A soja continua avançando sobre áreas de cerrado e de pastagens degradadas, mas, assim como no Sul, a grande estrela da safra é o milho. Comparado à oleaginosa, o espaço ocupado pelo cereal ainda é pequeno, porém aumenta a passos largos na Bahia e no Piauí.

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No Oeste baiano, o milho ocupa áreas que no verão passado estavam cobertas com algodão e inspira projeções de bons rendimentos. Com regime de chuvas bem definido e altitude elevada, a região tem revelado sua vocação para a produção do cereal, com médias superiores a 10 mil quilos por hectare.

Na comunidade de Nova Santa Rosa, distrito do município de Uruçuí, no Sul piauense, os bons preços do milho incentivaram o produtor Ari Stringhini a diminuir a área destinada à soja para aumentar o plantio do cereal. Ele contou à Expedição Safra que só entrou no milho depois da chegada do Bt e, no ano passado, reservou ao cereal apenas 30% da sua área de cultivo. O resultado foi tão bom que, neste ano, ampliou a proporção para 50% e reforçou a tecnologia empregada na lavoura.

Na contramão, Celso Werner optou por transferir à soja parte do terreno que no ano passado foi coberto pelo cereal, que neste verão deve ocupar apenas um terço da extensão semeada no verão anterior. "Todo mundo está aumentando a área de milho em todo o país, não está? Então o preço vai cair. Vou de soja", justifica.