Na pressa para liberar terreno para a safrinha, muita gente viu o trabalho de toda uma safra evaporar com a estiagem. Mas também há quem se diga satisfeito com os resultados. "Se o Paraná tivesse colhido safra cheia o preço ia cair cerca de 40%", argumenta o produtor Dilso Colpo, de Toledo. Na Região Oeste do estado, alguns agricultores chegaram a perder metade da sua produção. Colpo, que também é produtor de sementes de soja e trigo, estima ter perdido apenas 15% da oleaginosa e 30% do milho. Neste verão, ele cultivou 1,9 mil hectares com soja e outros 800 hectares com o cereal. "Por causa da rotação de culturas", explica.
Ele iniciou o plantio no dia 5 de outubro e cultivou variedades de ciclo longo, médio e precoce. Em algumas áreas, chegou a contabilizar 30% de quebra, mas as perdas são compensadas por outras lavouras. Em um dos talhões, plantado em 20 de outubro, espera colher 3,6 mil quilos por hectare.
"Por isso é tão importante diversificar os ciclos", recomenda o produtor, que também tem uma empresa que presta consultoria e assistência técnica para 20 mil hectares na região. Outro perigo, alerta Colpo, é a monocultura. Ele diz que entre seus clientes, 90% cultivam apenas soja. "Isso aumenta a incidência de pragas e doenças, triplica o uso de fungicida, eleva os custos e acaba forçando o agricultor para a soja superprecoce", avalia.
A pouco mais de 100 quilômetros de Toledo, em Medianeira, o produtor Ivonir Lodi vai plantar soja sobre soja pelo segundo ano consecutivo. "A produtividade cai, mas vale a pena porque diminui muito o custo com semente", justifica. A quebra, calcula, será de 70%. "Estou colhendo 1,1 mil quilos por hectare. Na safrinha, quero chegar a 2 mil quilos. Gastei pouco mais de 12 sacas (760 quilos) por hectare", conta Lodi. (LG)
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