O plantio da safra recorde de grãos prevista para a América do Sul começou com falta de chuva no Paraná e em Mato Grosso e com alagamentos na Argentina, mostra a edição de hoje do Agronegócio. Mas poeira mesmo foi a enfrentada pelos produtores norte-americanos, na maior seca em meio século, confere a equipe da Expedição Safra que percorre os Estados Unidos nesta semana. Pela segunda vez nesta colheita, uma equipe de reportagem da Gazeta do Povo apura como está se consolidando a produtividade.
Para o Norte e para o Sul, o que prevalece são os preços acima das médias históricas. E são essas cotações que justificam o fato de os agricultores brasileiros, argentinos e paraguaios estarem mantendo, em meio às adversidades, seus planos de plantio, os mais ambiciosos de todos os tempos no caso da soja.
Para a safra sul-americana, que está apenas começando, esta semana tem importância especial. Todo o agronegócio tende a ficar de olho no mercado. Oscilações significativas nas cotações não podem ser descartadas, num momento em que as consultorias privadas dizem que as perdas desta temporada serão reduzidas significativamente pelo Departamento de Agricultura dos EUA, o Usda.
Porém, mesmo que as cotações caiam um pouco, o produtor sul-americano deve seguir seu rumo. A principal razão é logística. O setor está com os insumos comprados e o plantio planejado. Terá de confiar na rentabilidade prometida pelas análises que mostram estoques reduzidos em todo o mundo. A demanda internacional não conta mais com expansão tão forte na China. Mesmo assim, a escassez tende a prevalecer, dizem os analistas, pelo consumo estar se sustentando em patamares elevados.
Outro motivo são os compromissos assumidos. No Brasil, nunca se vendeu tanta soja antecipada. Mesmo no Paraná, estado tradicionalmente conservador nesse quesito, um terço da produção esperada foi comprometido. Em Mato Grosso, esse índice já passa de dois terços. Quadro que justifica uma safra de respingar lama ou de levantar poeira.
