Alguns dos principais centros agrícolas do país começam a sentir os efeitos dos protestos de caminhoneiros que teve início na madrugada desta quinta-feira (23). Em alguns estados, como o Rio Grande do Sul onde a colheita da soja está na fase final e o escoamento da safra é intenso, os bloqueios nas estradas dificultam o trajeto das lavouras até cooperativas, indústrias e portos. No estado gaúcho, há cinco pontos de bloqueios nos municípios afetados são Ijuí (BR 285), Três Cachoeiras (BR 101), Soledade (BR 386), Veranópolis (BR 470) e Frederico Westphalen (BR 386).
Na BR 163, em Mato Grosso, importante rota de escoamento de grãos da principal região produtora do país, havia três bloqueios no início desta manhã, um em Lucas do Rio Verde e dois em Rondonópolis. Apenas veículos de passeio, ambulâncias e caminhões com cargas vivas podem passar livremente. Não há previsão para liberação da via, informou a concessionária Rota do Oeste, que atua na região.
No Paraná há quatro pontos de bloqueio para caminhões: na BR 277 em Medianeira e em Laranjeiras do Sul, na BR 376 em Marialva e na BR 163 em Capitão Leônidas Marques. Os veículos de carga estão sendo forçados pelos manifestantes a sair da rodovia e estacionar em postos de combustíveis, informou a Polícia Rodoviária Federal.
Houve registro de apedrejamento de caminhões que tentaram furar os bloqueios no Rio Grande do Sul, informou a Polícia Rodoviária Federal no estado gaúcho.
Fevereiro
Os Protestos de caminhoneiros no final de fevereiro paralisaram dezenas de rodovias, afetando exportações brasileiras e a movimentação de cargas no país, com reflexos negativos para a economia. Na época, o agronegócio brasileiro calculou prejuízo de R$ 700 milhões para a indústria de carnes de aves e suínos, pois os bloqueios de rodovias paralisaram abates e afetando o transporte de insumos e produtos.
Tabela de frete
O motivo dos novos bloqueios nas estradas está na falta de acordo na reunião entre representantes da categoria e o governo federal, ocorrida na quarta-feira (22). Os motoristas pedem o tabelamento do preço do frete, em meio a um excesso de oferta de caminhões que reduziu os valores pagos pelo transporte nos últimos meses.
As indústrias que contratam frete, especialmente aquelas que trabalham com produtos agrícolas, são contrárias a um tabelamento e sugeriram a criação de uma bolsa de fretes para dar transparência ao setor. As empresas que precisam transportar cargas defendem que o tabelamento de fretes, além de ser inconstitucional, contraria a livre concorrência e a livre iniciativa, e poderia elevar a inflação.
Menos é mais? Como são as experiências de jornada 4×3 em outros países
Banco americano rebaixa Brasil e sobe classificação das ações da Argentina
Ministro da Defesa diz que investigação vai acabar com suspeitas sobre Forças Armadas
Janja “causa” e leva oposição a pedir regras de conduta para primeiras-damas