A fusão anunciada nesta quarta-feira (14) entre a americana Monsanto e o grupo alemão Bayer surge em um contexto de consolidação mundial do setor agroquímico. Juntas, Bayer e Monsanto se converterão em uma gigante mundial de 23 bilhões de euros (25,8 bilhões de dólares) de volume de negócios anual, com 140.000 funcionários, para abocanhar mais de 25% de todo o mercado internacional de agroquímicos. Mas por que o negócio bilionário é interessante para a Bayer? Confira abaixo as características da empresa americana que fizeram uma gigante alemã desembolsar R$ 66 bilhões por ela.
Grupo de 22,5 mil funcionários fundado em 1901 pelo farmacêutico John Queeny, com sede em Saint-Louis, nos Estados Unidos, o nome Monsanto vem do sobrenome de Olga Mendez, esposa de Queeny.
Desde os anos 1990, o grupo se transformou em especialista dos organismos geneticamente modificados (OGM), principalmente variedades vegetais, além de fabricar pesticidas.
Tem uma fatia de 30% do mercado mundial dos organismos geneticamente modificados, graças à sua onipresença nos Estados Unidos, onde 80% de seu milho transgênico e 90% de sua soja OGM são usados pelos agricultores.
América Latina (Brasil e Argentina, grandes produtores agrícolas), Índia, China, Filipinas, Canadá e México são também seus principais clientes, assim como os produtores africanos de algodão.
Vendendo seus organismos geneticamente modificados, defensivos agrícolas e capitalizando direitos sobre as 1,7 mil patentes e licenças que detém. O grupo DuPont não apenas é seu grande rival como seu maior cliente.
As patentes também são uma boa fonte de receitas, porque a Suprema Corte dos Estados Unidos proibiu em 2013 a reprodução das tecnologias da Monsanto.
No ramo de OGM:
- Dekalb para milho
- Asgrow para soja
- Deltapine para algodão
- Seminis e De Ruiter para legumes
Defensivos:
- Roundup (glifosato)
Com a queda dos preços das matérias-primas e dos gastos dos agricultores, a Monsanto foi a primeira que tentou comprar seus concorrentes. Aproximou-se sem sucesso do grupo suíço Syngenta, finalmente adquirido pela companhia chinesa ChemChina.
Nos Estados Unidos, seus compatriotas Dow Chemical e DuPont ganharam a disputa ao anunciar uma fusão em dezembro de 2015, mas a operação continua esperando o aval das autoridades antimonopólio.
Na Bolsa, o grupo dirigido por Hugh Grant vale aproximadamente US$ 47 bilhões. Em 2015, registrou um volume de negócios de US$ 15 bilhões, uma queda de 5,4%, obtendo um lucro líquido de US$ 2,31 bilhões (-15,5%).
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