Nos primeiros dias pelo Paraná e Mato Grosso do Sul, as equipes da Expedição Safra que fazem o balanço da temporada 2009/10 encontraram os produtores otimistas e com expectativa de produtividade superior à do ano passado. Mas a colheita está apenas começando nessas regiões, o que significa que muita coisa pode mudar, a considerar o clima, em especial a intensidade das chuvas.
Os produtores visitados pela Expedição no Mato do Sul esperam 17% de aumento na produção de soja. "Consideradas as diferenças de cada região, relacionadas ao clima, a produção de grãos deve ser significativamente melhor no estado", afirma o agrônomo Paulo Dias, da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), que acompanha a equipe da Expedição Safra que hoje está no Centro-Oeste.
Carlos Peres, encarregado da produção de grãos numa área de 4 mil hectares em Chapadão do Sul (Norte do estado), conta que, em 535 hectares colhidos, foi alcançada média de 3,4 mil quilos por hectare. O clima é de mutirão. Pelo menos 20 pessoas trabalham com as sete colheitadeiras e dez caminhões concentrados na propriedade.
No Paraná, depois de perder mais de 5 milhões de toneladas de grãos para a seca no verão passado, os produtores começam a colheita da safra 2009/10 apostando na recuperação. Os produtores ouvidos pela Expedição Safra RPC mostram-se satisfeitos com o desempenho das lavouras até agora, mas não escondem a preocupação. Nos Campos Gerais, Norte e Noroeste do estado, regiões onde a colheita de verão ocorre um pouco mais tarde, o resultado da safra ainda depende do comportamento do clima em fevereiro. A chuva precisa chegar na dose certa para permitir que as lavouras alcancem todo o seu potencial produtivo.
"A expectativa de boa safra está se confirmando. A situação atual das lavouras indicam que a produtividade deve ser boa, de em média 3 mil quilos por hectare, podendo chegar a até 3,3 mil em alguns casos", avalia Nilson Camargo, agrônomo e economista da Federação da Agricultura do Paraná (Faep) que também acompanha uma das equipes da Expedição. Mas ainda existem riscos. O principal desafio a vencer será o clima. Os próximos 10 ou 15 dias serão vitais para definir a safra."Chuva não quer dizer produção", resume Moacir Rossato, produtor em Sertanópolis, no Norte do estado. A umidade que favoreceu o desenvolvimento também dificultou o enraizamento das plantas. "Como tinha muita água disponível, a soja ficou com raízes superficiais. Se tiver veranico, a produtividade será prejudicada", afirma.