O Paraná vai reivindicar dezenas de alterações no Plano Agrícola e Pecuário (PAP) de 2012/13. As principais entidades e instituições do agronegócio, reunidas pela Federação da Agricultura (Faep), formulam um arsenal de propostas, que devem ser encaminhadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) nos próximos dias.
Segundo Pedro Loyola, assessor técnico da Faep, mais de 80 sugestões de alterações no PAP já foram enviadas por cooperativas e sindicatos rurais de todo o Paraná. Entre os pedidos estão aumento do limite de recursos disponibilizados pelas instituições financeiras para a pecuária, especialmente a suinocultura, bem como para a produção de grãos, frutas e verduras.
"Nesta semana, vamos fechar o documento com todas as propostas e decidir se levaremos à Brasília ou se chamaremos o Ministério da Agricultura aqui no estado para ouvir o setor", disse.
Mesmo com um incremento nos valores repassados pelo governo federal através do PAP nas últimas safras, a liderança paranaense avalia que ainda é preciso superar um desafio antigo: o da burocracia para liberação do crédito rural, que em muitos casos vence o agricultor pelo cansaço. "O produtor fica mais tempo levantando documentos solicitados pelos bancos do que na propriedade, cuidando da lavoura. Isso acaba fazendo com que ele opte por financiamentos mais ágeis, porém, a juros elevados", diz o economista.
As cooperativas, por sua vez, pedem que o governo implante gradativamente um programa de garantia de renda aos agropecuaristas. Além da estruturação do sistema do seguro rural, são necessários reforços nos programas de apoio à comercialização, aponta o setor.
O Paraná é apontado como um dos estados que mais se apoiam no PAP para a produção de grãos. No entanto, essa dependência cresce também em Mato Grosso, mostram dados do setor. De julho do ano passado até janeiro deste ano, os desembolsos para a safra agrícola mato-grossense somaram R$ 2,331 bilhões. O montante seria 52% maior que o liberado no mesmo período da safra 2010/11. A Federação da Agricultura de Mato Grosso (Famato) também considera a liberação de crédito burocrática e atribui a esse problema a baixa participação do crédito oficial no financiamento da safra. Dois terços dos recursos estariam vindo de fundos privados.
Segundo o governo federal, os agropecuaristas brasileiros contrataram R$ 65,17 bilhões em financiamentos para a safra 2011/2012 entre julho do ano passado e janeiro deste ano. O valor representa 52,9% dos R$ 123,23 bilhões disponibilizados no PAP lançado no ano passado, mas é 5,3% superior aos R$ 61,9 bilhões emprestados no mesmo período do ciclo anterior. A agricultura familiar, que conta com R$ 16 bilhões para a safra, tomou emprestado R$ 8,26 entre julho e janeiro (do total de R$ 65,17 bilhões). O valor é 11,2% maior do que os R$ 7,43 bilhões do mesmo período do ciclo anterior.
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