A cadeia leiteira do Paraná tem amargado um ano preços baixos em 2015. Boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) aponta que entre janeiro e março deste ano o valor médio pago pelo litro caiu 6,8%, chegando a R$ 0,82/litro no mês passado. A remuneração dos produtores também está 13,6% menor do que nos doze meses de 2014, quando fechou na média de R$ 0,98/litro.
Fatores como o aumento na oferta, a elevação na importação de lácteos e queda sazonal de consumo tem motivado essa retração. Os técnicos da Seab indicam que no primeiro trimestre deste ano as condições climáticas foram mais favoráveis no Paraná, permitindo uma recuperação nas pastagens e consequente aumento na captação.
Como agravante, o histórico de bons preços nos últimos dois anos motivou a adesão de novos produtores na atividade, ao mesmo tempo em que fomentou reforço nos investimentos em produção por parte dos pecuaristas que já estavam no mercado. Isso também contribuiu para um acréscimo na oferta do alimento.
Esse volume excedente só deve perder efeito os meses de maio e junho, permitindo uma retomada nos preços do produto, indica a Seab. "Entretanto, estes são fatores que dependem do comportamento do clima; da incidência das chuvas, da intensidade do inverno e da ocorrência ou não de estiagens", ponderou o técnico de pecuária da entidade, Fábio Mezzadri.
Varejo
Os efeitos da desvalorização já chegam as prateleiras. Entre janeiro e março o preço médio do leite longa vida no varejo foi de R$ 1,94/litro -- queda de 7,1% em relação à média anual de 2014, conforme a Seab. Em Curitiba, é possível pagar R$ 1,45/l pelo alimento em alguns supermercados, indicam dados do serviço Disque Economia.
Aperto R$ 0,77 por litrofoi o preço pago aos produtores de leite na região de Umuarama na última semana de março. Região teve as piores médias de remuneração do estado, refletindo a forte desvalorização do alimento.