São Paulo (SP) – As opiniões dos três principais candidatos à presidência da República sobre a agropecuária nacional foram apresentadas e debatidas nesta segunda-feira (4), durante a 13.ª edição do Congresso Brasileiro do Agronegócio. Representantes do setor reivindicaram demandas e cobraram maior apoio do governo federal, tanto na execução de políticas públicas quanto na infraestrutura.
As primeiras discussões do evento -- que é organizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) – tentaram decifrar a relação da sociedade com o meio rural, e qual o impacto disso para as próximas eleições. Também foram discutidas tendências para a economia no contexto eleitoral, e como isso pode afetar as exportações do setor no curto e médio prazo.
Em momentos distintos do evento também compareceram o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), e o candidato à presidência Aécio Neves (PSDB). Temer destacou a importância de acordos bilaterais firmados como países como a Rússia e China, na cadeia de grãos e carnes. Para o futuro, apontou o acesso ao financiamento público como um dos principais desafios do agronegócio. “É preciso evoluir no crédito, com praticas que deem maior rapidez e segurança ao produtor rural”, declarou.
No contraponto, Neves apontou que caso eleito terá a infraestrutura como prioridade. “É preciso fazer parcerias com o setor privado para garantir investimentos e ampliar a competitividade do produtor rural”, declarou.
O ponto alto das discussões ocorreu com um painel que reuniu representantes dos três candidatos à presidência da República mais bem posicionados nas pesquisas (Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos). O encontro foi mediado pelo ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues.
Representando Neves no debate, o agrônomo Xico Grazino criticou a falta de apoio ao setor sucroenergético. “Criou-se grande expectativa para o setor, inclusive com fomento a investimentos, mas não houve continuidade”, reclamou. Ele também afirmou que há necessidade de direcionar mais investimentos para políticas como o seguro rural. “Uma parcela ínfima dos recursos do Plano Safra vai para o seguro. Além disso, é preciso regulamentar o fundo de catástrofe, para dar mais garantia aos produtores”, salientou.
Já no caso de Campos, que tem Marina Silva como candidata à vice, o representante foi o coordenador de campanha Mauricio Rands. O foco durante o evento foi assegurar que a proximidade de Marina com as questões ambientais não prejudica a relação com o agronegócio. “É preciso deixar claro que não há conflito entre a sustentabilidade e o agronegócio”, frisou Rands.
Em nome da atual presidente e candidata a reeleição Dilma Rousseff, o ex-ministro dos Transportes Odacir Klein reconheceu que existem problemas pontuais, como no caso do setor sucroenergético, mas destacou que de forma geral houve avanço nos investimentos.
O jornalista viajou a convite da Abag
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