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Previsões falham e safra vai bem

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A safra de verão do Paraná está cada vez mais longe do risco de quebra climática nesta temporada. Embora maior parte da área ainda esteja em desenvolvimento vegetativo, fase em que as lavouras de soja e milho ainda estão suscetíveis à falta de umidade, as previsões de aumento de intensidade do fenômeno La Niña falharam e o resultado das chuvas, que continuaram caindo em volumes generosos neste mês, pode ser visto em praticamente todas as re­giões produtoras do estado.

Passado o primeiro perigo de seca previsto para dezembro há exatamente um mês, daqui para frente a expectativa é que o clima continue colaborando com os agricultores paranaenses. De acordo com o agrometeorologista do Instituto Somar Marco Antônio dos Santos, o volume das precipitações deve ficar acima dos 100 milímetros nas principais regiões de produção de grãos de verão do estado, o suficiente para manter o bom desenvolvimento das plantas caso a distribuição se mantenha da mesma maneira com que vem se apresentando: irregular, mas sem danos graves.

O clima favorável já alimenta estimativas mais otimistas em relação ao ano passado em algumas localidades. Paulo Marcos Neves, de Centenário do Sul (Norte do estado, a 100 km de Londrina) espera que a produtividade da Fazenda Palmeiras supere as 45 sacas (60 quilos) de soja por hectare registrada no ciclo 2009/10 e possa alcançar 62 sacas/ha neste ano. "Se tudo continuar correndo bem", salienta. No ano passado, houve o excesso de chuvas na região. "Mal passávamos os defensivos e logo caía água. Teve desenvolvimento de mato, ataque de lagartas e a produtividade foi uma de nossas piores safras", revela.

Neste momento, as lavouras do estado esbanjam vitalidade, o que não significa necessariamente aumento dos índices de produção estimados inicialmente. Otmar Hübner, técnico do Departamento de Economia Agrícola (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), concorda que a aparência das plantações de soja e milho do Paraná está melhor do que nesta época do ano passado. Ele lembra, porém, que neste ano muitos começaram o plantio de verão com atraso. "Em fevereiro, metade da área do estado poderá estar salva, pois entrará no período de maturação, mas a outra parte que em fase de frutificação ainda estará muito vulnerável ao clima", analisa. Por enquanto, a Seab mantém a estimativa de produção de soja do Paraná em 13,8 milhões de toneladas e a de milho em 5,3 milhões de toneladas para a safra 2010/11.

PRESENTE DE NATAL

Produtores gaúchos ganham chuva

Após um longo período de seca na fase de plantio, os produtores gaúchos finalmente receberam volumes de chuva suficientes para amenizar o alto risco de quebra que assombra o estado neste ano. O técnico da Emater gaúcha Cláudio Doro conta que na véspera do Natal choveu cerca de 80 milímetros em alguns pontos do estado. Mas, como as plantas de soja ainda estão muito pequenas, os produtores, principalmente os do extremo Sul, continuam temerosos com o clima.

"Os agricultores esperavam maior influência do La Niña em dezembro, mas isso não se configurou. Agora, precisamos de mais 70 milímetros a 100 milímetros nos próximos 30 dias para que a sanidade das plantas não seja comprometida", calcula.

Neste mês, choveu cerca de 100 milímetros no Rio Grande do Sul, de acordo com Doro, mas a previsão aponta redução no volume das precipitações para o mês de janeiro, especialmente na região das Missões e Campanha.

O agrometeorologista do Somar Marco Antônio dos Santos projeta déficit hídrico de até 100 milímetros em relação ao normal para a porção Sul do Rio Grande do Sul, responsável por 22% da safra gaúcha de soja. "O volume deve ficar entre 50 milímetros e 100 milímetros nesta região", prevê.

Nas demais localidades gaúchas, os radares meteorológicos do instituto apontam para volumes de 100 milímetros a 150 milímetros. Por enquanto, o aspecto geral das lavouras é bom, indica o assessor técnico da Emater.

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