As previsões climáticas atuais, ajustadas aqui e ali, são menos problemáticas para a produção de grãos nesta safra do que as de três meses atrás. Em agosto, o que se ouvia em todo lugar era que o produtor devia antecipar o plantio, principalmente no Sul do país, para aproveitar as chuvas da primavera no desenvolvimento da soja e do milho. Isso não foi possível, justamente por falta de chuva. Mas, ainda assim, o tempo tem sido bom para as lavouras, pelo menos até agora. Nas palavras do presidente da cooperativa Coamo, José Aroldo Gallassini, as condições climáticas têm sido "espetaculares" para o campo.
Isso não quer dizer que não haverá problemas daqui para a frente, alertam os meteorologistas nesta edição do Caminhos do Campo. Mas significa que os tropeços do início do percurso não prejudicaram a caminhada, que termina na colheita, a partir de janeiro. E se houver chuvas bem distribuídas nos próximos dois meses, mesmo com redução em volume, a lavoura estará salva, afirmam os especialistas.
Os produtores do Paraná e do Rio Grande do Sul que estão mais sujeitos a estiagens que os dos outros dez estados brasileiros produtores de grãos em ano de La Niña torcem mais do que nunca para que as previsões climáticas sejam realmente derrubadas. Já não se confirma seca para dezembro. Para se saber com antecedência o que deve ocorrer, é necessário monitorar a intensidade do fenômeno climático, que resfria as águas do Oceano Pacífico e muda o regime de chuvas nas Américas. Se o La Niña já chegou a seu ápice, melhor: o quadro de 2007/08, de recorde na produção de soja, pode se repetir. Se ainda não mostrou toda sua força, resta torcer para que o desequilíbrio na distribuição das chuvas, comparado ao de 1998/99, seja o menor possível. Torcida que, diga-se de passagem, envolve produtores de norte a sul do país.
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