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Agricultura

Produção de café deve sofrer queda em ano de bienalidade positiva

Produção do arábica, que representa 75% da colheita nacional, no Espírito Santo contribui para redução. | Bruno Covello / Gazeta Do Povo
Produção do arábica, que representa 75% da colheita nacional, no Espírito Santo contribui para redução. (Foto: Bruno Covello / Gazeta Do Povo)

Ao contrário dos grãos, o café não deve ter uma boa safra neste ano. É o que mostrou o 1º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para 2014, divulgado nesta quinta-feira (9). Depois de dois anos de produção estabilizada na casa das 50 milhões de sacas, o Brasil deve ter uma queda na colheita do fruto, justamente num ano em que a cultura deveria render mais. A estatal calcula que os produtores vão retirar do campo 48,3 milhões de sacas do produto. O número é um ponto médio entre o máximo (50,1 milhões de sacas) e mínimo (46,53 milhões de sacas) projetado pelo órgão e está em linha com as estimativas que circularam no mercado nesta semana.

A previsão atual, porém, está bem abaixo do potencial identificado no final do ano passado, quando o mundo esperava do Brasil uma oferta de cerca de 60 milhões de sacas de café para este ano. A expectativa estava sustentada nas condições dos cafezais na época e também porque 2014 é o ano em que as plantas deveriam ter um ciclo de alta produtividade. Em 2013, a bienalidade do produto também foi invertida, por causa do clima.

Neste ano, a inversão ocorre em função da queda na colheita na região da Zona da Mata mineira e também no Paraná, que erradicou boa parte dos cafezais após a geada negra registrada no meio do ano passado. Além disso, deve haver redução na produção do café arábica, que representa 75% da produção nacional, no Espírito Santo. O estado, segundo maior produtor brasileiro, deve colher 18% menos deste tipo.

A estimativa atual, contudo, ainda pode ser revisada para cima, afirma o analista de mercado de café Gil Carlos Barabach, da Safras & Mercado. “O mercado esperava que o efeito da redução nos tratos culturais, por causa da desvalorização do produto, viria somente em 2015. Agora a leitura mudou, o efeito foi antecipado”, comenta. Ele lembra que ainda há quem aposte que o Brasil pode colher 60 milhões de sacas neste ano. A Ecom Agroindustrial, uma das maiores tradings de café do mundo, é uma delas. Já a Volcafe, divisão de comércio cafeeiro da ED & F Man, e o Citigroup, revisaram para baixo suas estimativas para a colheita brasileira. De 58 milhões de sacas, as projeções caíram para até 51 milhões de sacas.

Os números divulgados pelas duas instituições mexeram com o mercado, já que o Brasil é o maior produtor mundial. Os preços do café subiram na Bolsa de Nova York de segunda-feira até ontem, mas a tendência de valorização do fruto não está definida, aponta Barabach. “Estamos no momento de auge da demanda, com frio no Hemisfério Norte, o que estimula o consumo de bebidas quentes. Mas ainda há muito café da safra passada estocado e há uma tendência de acomodação do crescimento da demanda”, lembra.

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