A produção de leite no Brasil deve aumentar 1,8% em 2018, para 23,98 milhões de toneladas ante as 23,55 milhões de toneladas esperadas para o total de 2017, estima o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório. A elevação da produção tende a ser impulsionada pelas exportações de lácteos, como o leite condensado e o leite em pó.
Outro fator que influencia neste aumento é a suspensão das importações de produtos lácteos do Uruguai. O USDA destaca que, em 10 de outubro, o Ministério da Agricultura brasileiro suspendeu as compras do país vizinho e solicitou comprovante de rastreabilidade, para verificar se 100% do produto vindo do Uruguai era, de fato, daquele país.
“O cenário é derivado do excesso de leite no mercado e da fraca demanda dos consumidores, mesmo que indicadores mostrem que a situação econômica do Brasil está melhorando gradualmente”, diz o documento. Com isso, as empresas do setor estão apostando nos derivados em vez da matéria-prima em si. Para 2018, a expectativa é que o consumo doméstico de leite fique estável em 10 milhões de toneladas.
Durante palestra no encontro internacional Dairy Vision, em Curitiba, na última semana. Andres Padilla, analista sênior do Rabobank no Brasil, apontou que o aumento da oferta de leite em vários países faz com que os preços fiquem acomodados nos mercados domésticos. “Esse comportamento poderia ser relevante para o Brasil, principalmente por causa da retomada do consumo, mas não há tanto espaço para o crescimento nos preços”, disse.
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