A colheita começou na última semana com a bênção do mercado. As previsões de preços em alta são como uma garantia de que o resultado alcançado no campo terá efeito. São raros os anos em que o produtor pode contar com bom rendimento no campo e na venda da produção. Apesar de os trabalhos ainda estarem bem no começo, a situação é bem melhor que a projetada pelo setor no plantio, em setembro.
Os números das projeções oficiais apontavam quebra para o Sul. Foram calculados na época de plantio, depois da estiagem registrada em setembro. A avaliação da Expedição Safra Gazeta do Povo, na época, foi considerada otimista. mesmo apontando produtividade 4,2% menor tanto para a soja quanto para o milho no Paraná. O Sul seria a região mais prejudicada pelo La Niña. Porém, o início da colheita sem registro importante de seca, indica que o barulho foi maior que a tempestade.
Mesmo com chuva suficiente para a agricultura na maior parte das regiões do país, só se deve conhecer a produtividade a partir do momento em que as máquinas avançarem mais. O produtor sabe que muitas vezes tudo parece perfeito mas o resultado da produção, na balança, não corresponde ao que se espera. Porém, o risco de perdas expressivas está afastado, pelo menos no Paraná e em Mato Grosso.
A colheita deve ganhar ritmo na segunda quinzena de fevereiro. Não há previsão de secas prolongadas para as próximas semanas, que possam dar um tombo nas avaliações atuais.
O trabalho de medir qual foi o impacto das estiagens registradas em regiões isoladas vai fazer a diferença nas estatísticas finais da safra 2010/11. Em estados como Rio Grande do Sul e Mato Grosso, há regiões que reclamam do clima desde o plantio, com prejuízos para a pecuária e a produção de grãos.
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