A ostra paranaense poderá ser degustada em restaurantes de países ricos, do outro lado do Atlântico, dentro de alguns anos. O molusco tem as características comerciais necessárias para conquistar o mercado internacional, afirmam os técnicos envolvidos na atividade.
"É possível sonhar em mandar a ostra daqui para a Europa. Já trouxemos alguns chefs para experimentar e eles são unânimes em relação à qualidade do alimento", afirma o engenheiro de pesca da Emater, Astrogildo Gomes.
Além da qualidade, o ciclo rápido da produção é outro fator para conquistar novos mercados. Enquanto o molusco de gênero semelhante ao cultivado no Paraná precisa de quatro anos nas frias águas do velho continente para alcançar o tamanho comercial (entre 6 e 8 centímetros), por aqui a iguaria pode ser degustada em oito meses. Em outras localidades do Brasil, o tempo médio é de um ano e dois meses. "A água é rica em alimento e a ostra fica no tamanho ideal antes do prazo", explica a técnica especializada no setor Crisleine Pereira de Souza.
Outra forma de garantir renda aos produtores é a inclusão das comunidades em roteiros turísticos. Em breve, os visitantes poderão fazer um mergulho ecológico para conhecer os locais de cultivo de ostras. O turista poderá escolher a iguaria, entregar aos próprios pescadores, e aguardar o preparo na Ilha do Mel.
Exemplo sobre como aproveitar bem o potencial da atividade não falta. A conciliação da produção de ostra com o turismo é tradicional em Santa Catarina. Em Ribeirão da Ilha primeira comunidade habitada em Florianópolis, em 1506 , os visitantes esperam até duas horas para conseguir um lugar nos restaurantes especializados em datas próximas a feriados. As mesas são dispostas em deques e permitem que a refeição seja feita perto do mar e das linhas de cultivo. Os próprios restaurantes se tornaram ponto forte do Caminho das Ostras.