“Produzir e Preservar – O desafio da produção e preservação racional e sustentável, socioeconômica e ambiental” foi o tema do Fórum da Agricultura, que ocorreu nesta sexta-feira, 17, durante o Agroleite – evento que termina neste sábado, 18, na Cidade do Leite, em Castro. Participaram da discussão o ex-ministro da Agricultura, o economista Reinhold Stephanes; o produtor rural e membro do Conselho de Administração Castrolanda, Peter Greidanus; o pesquisador da Embrapa Territorial e supervisor do Grupo de Gestão Territorial Estratégica, Gustavo Spadotti Castro; e o coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo, Giovani Ferreira.
O pesquisador da Embrapa apresentou números que desmistificam que há uma oposição entre o agronegócio preservação ambiental no país. “Ninguém dedica mais recursos e tempo à preservação do meio ambiente que o produtor rural brasileiro”, afirma Gustavo Spadotti Castro.
Um estado da Embrapa e instituições parceiras revelam que 28% dos imóveis rurais são destinados à área de preservação ambiental. No Paraná, esse número corresponderia a 23% das áreas rurais. “O setor de agronegócio preserva o equivalente a dez países da Europa. Dizer que o produtor rural não faz seu papel de proteger e preservar, não é verdade”, diz. Spadotti Castro lembrou que 66,3% do território brasileiro é coberto por vegetação nativa.
O ex-ministro Reinhold Sthephanes lembrou que muitos segmentos da sociedade ainda não aceitam o termo agronegócio e que a questão está ligada a uma briga ideológica. “Parece que tudo que nós fazemos nos é limitado. A esquerda brasileira não aceita a palavra agronegócio. A sociedade civil organizada não nos aceita”, protesta.
Sthephanes diz que há um aparelhamento do estado para dificultar a atividade do setor. “Infelizmente, trata-se de um debate muito ideológico e não técnico, senão seria mais fácil explicar e conversar”.
Desafio
O pesquisador da Embrapa destacou que há desafios para o produtor rural. “O agronegócio brasileiro é um player decisivo no esforço planetário para garantir segurança alimentar, energética e a paz com sustentabilidade no mundo”, diz. Contudo, Spadotti Castro explica que é preciso buscar soluções para o uso eficiente e consciente da água e do solo.
O produtor rural, Peter Greidanus, lembrou que outro problema do setor é a logística. “O país tem condições de crescer com produtividade, mas precisa olhar para a sua estrutura logística. Chegamos num ponto de estrangulamento. Precisamos investir em logística, senão seremos reféns, como aconteceu na greve dos caminhoneiros (ocorrida em maio passado e que prejudicou o abastecimento de alimentos em todo o país, acumulando prejuízos para vários setores da economia),” destaca.