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Guerra comercial

Produtores dos EUA temem que China se acostume a comprar grãos em outros países

O temor é que a China esteja se aproximando do Brasil, Canadá . | Daniel Caron/Gazeta do Povo
O temor é que a China esteja se aproximando do Brasil, Canadá . (Foto: Daniel Caron/Gazeta do Povo)

A mais recente escalada na batalha tarifária entre Estados Unidos e China deixou alguns produtores norte-americanos preocupados de que a China, um dos maiores importadores de produtos agrícolas, se acostume a comprar seus alimentos em outros lugares. “A China está se ajustando a um novo padrão que deixa produtores de soja dos EUA, como eu, fora do seu mercado”, disse Scott Henry, produtor de soja de Iowa e membro do grupo Agricultores pelo Livre Comércio.

Em vez disso, Henry teme que a China esteja se aproximando do Brasil, Canadá e da Rússia. Executivos da indústria agrícola estão divididos sobre se outros países importadores de soja podem substituir a China em termos de demanda por soja dos EUA.

Guerra comercial

No início de julho, o governo estadunidense decidiu taxar US$ 34 bilhões em produtos importados da China, o que provocou uma retaliação imediata do governo chinês, que impôs uma sobretaxa idêntica sobre mais de 500 produtos americanos.

Desde o início da guerra comercial, representantes de produtores têm reclamado dos seus efeitos sobre preços de produtos e custos de produção. Na bolsa de Chicago (CBOT), os preços da soja, que há três meses estiveram próximos de US$ 11 por bushel, estão entre US$ 8,50 e US$ 8,70 nos contratos de prazo mais curto.

Para aliviar a tensão dentro dos Estados Unidos, o governo americano anunciou um pacote de US$ 12 bilhões de ajuda a agricultores, a serem aplicados em pagamentos diretos, compra de alimentos para programas de ajuda e promoção de novos mercados para produtos da agropecuária americana.

A decisão foi comunicada pelo chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Sonny Perdue. Segundo ele, são medidas de curto prazo adotadas pelo governo Donald Trump, em resposta ao que chamou de retaliações injustas baseadas em tarifas ilegais de outros países.

Segundo o USDA, o Brasil deverá desbancar os EUA como maior produtor da commodity, atingindo 117 milhões de toneladas, contra 116,5 milhões dos americanos. Os Estados Unidos e o Brasil respondem por 80% do comércio internacional da commodity. Sozinho, o Brasil detém 44,2% das vendas globais; os Estados Unidos, 37%.A guerra comercial de Trump com a China poderá alavancar as comodities brasileiras, principalmente a soja brasileira.

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