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Produzir também paga pedágio

A discussão já dura oito anos e parece estar longe de um fim. O reflexo do pedágio no custo do transporte abre uma guerra de números entre o setor agropecuário e as concessionárias de rodovias. Para a agropecuária, o preço do pedágio é maior que a redução no custo do transporte. Já as concessionárias alegam que as condições de tráfego melhoraram a ponto de baratear o frete. A questão é quanto.

A Organização das Cooperativas (Ocepar) e a Federação da Agricultura do Paraná (Faep) desenvolveram um estudo que mostra prejuízos para o setor. A influência do pedágio no preço do frete, com reflexo no custo de produção, estaria entre 20% (no trecho entre Campo Mourão e Paranaguá) e 23,7% (entre Foz do Iguaçu e Paranaguá). O estudo usa números – atribuídos às concessionárias – que indicam redução de 13,5% nos custos com itens como pneus, peças e combustível. Ainda assim, de acordo com a Faep e a Ocepar, o frete teria subido até 10% por causa do pedágio.

A Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR) rebate e alega que o custo operacional de transporte da soja caiu pelo menos 1,3%, para Ponta Grossa, e até 3,6%, para Maringá. No caso do milho, a redução teria variado de 1,8% a 4,7%, para as mesmas regiões.

Num ponto, os dois lados concordam: as diferenças nos números devem-se ao uso de métodos distintos. O estudo da Ocepar e da Faep calcula todos os índices com base em valores atuais. Já a ABCR, que contratou a empresa de planejamento urbano Tectran, de Belo Horizonte (MG), compara o quadro atual com o de antes da cobrança de pedágio.

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