O aumento de cerca de 600 mil toneladas apontado pela Companhia Nacional de Abastecimento em seu oitavo levantamento de grãos, divulgado na manhã desta quinta-feira (8), foi puxado basicamente pela soja. A estimativa de colheita da oleaginosa, que era calculada pela estatal em 86,08 milhões de toneladas em abril, agora é de 86,56 milhões de toneladas. Com isso, a produção nacional subiu de 190,6 milhões de toneladas para 191,24 milhões de toneladas no mês. O volume atual é recorde e 1,4% superior ao registrado no ciclo passado, quando o Brasil retirou dos campos 188,6 milhões de toneladas de grãos. A soja, porém, teve incremento de 6,2% no último ano.
A revisão na produção de soja se deve a um ligeiro aumento nos números de área plantada e de produtividade. Segundo a Conab, 30,03 milhões de hectares foram destinados à cultura, contra 30 milhões estimados em abril. O rendimento médio das lavouras também subiu, para 2.882 quilos por hectare (o equivalente a 48 sacas por hectare), contra 2.869 quilos ou 47,8 sacas por hectare.
Com o aumento na oferta total de soja, o órgão elevou a estimativa de estoques finais da temporada 2013/14 para 2,4 milhões de toneladas, contra 1,91 milhão estimados em abril.
Corte no milhoO quadro de oferta de milho no Brasil sofreu novo corte no levantamento de maio da Conab. No caso da primeira safra, cultivada no verão, a estatal reduziu em cerca de 15 mil hectares o terreno plantado, para 6,614 milhões de hectares. A produtividade média foi mantida em 4.755 quilos por hectare (79,2 sacas por hectare), mas a produção teve queda de 63 mil toneladas, para 31,4 milhões de toneladas.
A estimativa para a safrinha do cereal, plantada no inverno e que está entrando na fase final de desenvolvimento nos estados produtores, sofreu corte mais expressivo em área – de cerca de 130 mil hectares em relação a abril. Com isso, o terreno ocupado pela cultura caiu para 8,7 milhões de hectares, ante 8,83 milhões de hectares. Porém, houve aumento nos rendimentos médios das lavouras, para 5.023 quilos por hectares, contra 4.973 previstos no mês passado.
El Niño incertoEm seu prognóstico climático, a Conab afirma que maior parte dos modelos de monitoramento continuam com fortes indícios para desenvolvimento da fase quente do El Niño Oscilação Sul (ENOS) neste trimestre (maio/junho/julho), mas que ainda há incertezas quanto à intensidade e à duração do fenômeno.
"O quadro pode vir a mudar nos próximos meses devido ao fenômeno de ressurgência que tem ocorrido na costa do Peru e que está trazendo águas subsuperficiais mais aquecidas para a superfície. Se ele continuar até o próximo verão, haverá grande possibilidade de ocorrência do fenômeno El Niño-Oscilação Sul", diz trecho do relatório.
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