Nas lavouras de milho da região de Campo Mourão (Centro-Oeste), que abrangem 285 mil hectares, a estimativa era de que a produtividade chegasse a 4 toneladas por hectare, mas a estiagem deve provocar perdas de 30%. "Estamos reavaliando a safrinha. A queda na colheita deverá chegar a 30% por conta da falta de chuva", afirma o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) Edílson Souza e Silva.
O agricultor Mauro Lemes Carvalho, de Campina da Lagoa, está desanimado. Ele colheu 4.100 quilos por hectare. "A falta de chuva atrapalhou os planos de colher uma média de 6.900 quilos/ha. Investi na adubação e na semente, mas o clima não colaborou", reclama, com metade de uma área de 96,8 hectares colhida.
Mas há exceções. Com 80% de uma área de 329,1 hectares de milho colhidos, o agricultor José Natal Alves Nake não tem do que reclamar. Ele está colhendo uma média de 7.500 quilos enquanto a expectativa dos agricultores da região é de 4.900. "A receita do sucesso é ter fé em Deus, fazer boa correção do solo, plantar no período certo, escolher uma boa variedade de semente e se dedicar muito à lavoura. Seguindo a receita não tem como falhar", sustenta Nake, que há quatro anos tem superado a média regional de 4.900 quilos/ha.
Ele lembra que a surpresa nesta safrinha surgiu diante da menor aplicação de adubo. "Acredito que a boa quantidade de chuva na lavoura e a adubação da soja colaboraram. O normal é aplicar 400 quilos por hectare, mas neste ano, por causa do custo alto do adubo, aplicamos apenas 330 quilos."
O agricultor recorda que por cerca de 40 dias a lavoura ficou sem chuvas. "Já estava prevendo uma quebra na colheita, mas no período que mais o milho precisava de água, choveu 40 milímetros, foi o que salvou a cultura", diz Nake, que aguarda o solo secar para continuar a colheita.
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