Irati, na região Centro Sul do Paraná, é conhecida pelo sabor do pêssego que é produzido em 25 hectares por 15 produtores do município. Mas uma geada fora de época, no início de setembro, que derrubou os termômetros a até cinco graus negativos, surpreendeu os fruticultores, que sustentam a família com a renda de suas propriedades.
O prejuízo foi conhecido neste mês, quando ocorreria a colheita. A quebra foi de pelo menos 80%, mas alguns produtores tiveram prejuízo total. Alguns pés chegaram a frutificar. Porém, devido ao impacto da geada, os pêssegos não cresceram e foram afetados por pragas. As frutas que restaram estão apodrecendo nos galhos ou sendo vendidas a preços inferiores a R$ 1 o quilo no mercado local.
O pêssego tem origem chinesa e chegou ao Brasil pelas mãos dos portugueses a partir de 1532. Embora Irati não tenha a maior produção do estado, os produtores garantem que os frutos são os mais saborosos. "É uma fruta muito bem aclimatada à nossa região", afirma o produtor Alfredo Van der Neut. Ele tem 2,6 mil pessegueiros em sua propriedade e afirma que a geada trouxe um prejuízo de 97%.
"Iria colher de 40 a 50 toneladas neste ano, mas apenas uns 450 pés darão frutos. Isso vai dar no máximo duas toneladas", contabiliza Neut, descendente de holandeses que encontrou no interior do Paraná espaço para a fruticultura. No próximo ano, ele também pretende cultivar uva em sua propriedade. "Quanto ao pêssego, vou tentar cobrir o prejuízo desse ano", comenta.
Essa também é a esperança do produtor e agrônomo da prefeitura de Irati, Natalino Mascarello. Ele aumentou a produção de 600 para mil pés neste ano. Enquanto no ano passado colheu 10 toneladas da fruta, neste mês esperava colher de 20 a 25 toneladas. Mas, a geada tardia devastou a produção.
Restaram poucos pés frutificados, que não foram nem sequer tratados contra pragas porque o produtor concluiu que não valeria a pena. "Sabíamos depois da geada que não haveria frutos porque ela aconteceu justamente no período de floração da planta", afirmou. Ele ainda está esperando o crescimento das espécies tardias, como o chiripá e o eragil, para constatar se haverá colheita, ainda que muito reduzida.
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