Nova unidade da Cargill de Castro é comparada à de Nebraska (EUA)| Foto: Divulgaa§a£o

A biorrefinaria de processamento de milho inaugurada pela Cargill em Castro (Campos Gerais) na semana passada tem condições de produzir mais do que amidos e adoçantes, confirmaram à Gazeta do Povo os executivos da multinacional norte-americana. A unidade conta com equipamentos que podem ser adaptados à produção de etanol combustível, ainda uma novidade no Brasil.

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“Nesse primeiro momento não é esse o nosso foco, mas dependendo das condições de mercado não descartamos a possibilidade. Temos domínio tecnológico [para produção de etanol]”, enfatizou o líder da unidade de amidos e adoçantes do Brasil, Laércio Moraes. Uma planta similar instalada em Nebraska fabrica o combustível.

Com investimento de R$ 500 milhões, a Cargill compara a nova fábrica do Paraná à planta do Meio-Oeste dos Estados Unidos. Para resultar em etanol, o amido de milho (ou fubá) é fermentado com enzimas. O processo resulta em um subproduto conhecido como DDG, que quando destilado se transforma no combustível.

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A unidade paranaense deve absorver de 400 mil a 500 mil toneladas do cereal por ano para operar em 100% de sua capacidade, mas tende a triplicar de tamanho nos próximos anos. A segunda fase do projeto já foi iniciada. A empresa calcula que a região terá quatro grandes indústrias na região nos próximos seis anos. As unidades devem receber matérias-primas da Cargill por meio de dutos. Serão produzidos amidos, adoçantes e outras soluções que atendam indústrias de alimentos, a cadeia de carnes, óleo, fibras e fábricas de papel.

A previsão é de que os investimentos ultrapassem o R$ 1 bilhão na região com a chegada de outras companhias. De 80% a 90% dos subprodutos de milho devem ser destinados ao mercado doméstico e o restante, exportado pelo Porto de Paranaguá, a 250 quilômetros de Castro.