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Reviravolta após picos de rendimento

As três semanas de chuva registradas neste mês em Goiás devem abrir contraste entre a produtividade do início da colheita e a esperada para as próximas semanas. No Sudoeste, região mais próxima de Mato Grosso do Sul, onde a chuva não dá trégua, os técnicos estimam que dois terços das lavouras de soja já tenham sido retirados do campo. No entanto, o que sobrou tem quebra estimada em até 40%, conferiu a Expedição Safra Gazeta do Povo.

Em Rio Verde, centro de produção do Sudoeste goiano, a colheita chegou a 90%, conforme a Comigo – maior cooperativa do estado com 4 mil associados e capacidade para armazenar a produção de 300 mil hectares. "Nas áreas onde falta colher, as perdas serão expressivas. A esperança é que as chuvas ao menos tragam mais produtividade para o milho safrinha", afirma o presidente da Comigo, Antonio Chavaglia, tomando como referência porcentuais de quebra de 30% a 40%. No final das contas, a expectativa de 60 sacas por hectare pode cair a 55, considera.

Com 1,3 mil hectares de soja, Kadmo Ribeiro afirma que começou a colheita alcançando 75 sacas por hectare, ou 4,5 mil quilos – índice considerado excelente. A tarefa foi cumprida em 60% de sua área de cultivo. Nas lavouras ainda em pé, os danos são considerados inevitáveis. "Vamos perder 30%", lamenta. Ele monitorou o tempo e afirma que março trouxe "540 milímetros de chuva, 50% a mais que a média esperada para o mês". "Não estou mais nem indo olhar a lavoura. Só vou voltar para terminar a colheita."

Em Itumbiara, município do Sul de Goiás que planta 38 mil hectares de soja, as duas primeiras semanas de março trouxeram mais chuvas que o esperado para o mês inteiro. O agrônomo Wanger Nunes, da Geoplan, conta que o quadro se agrava porque a colheita está atrasada. "Estamos com 40% das áreas colhidas e, nesta época do ano passado, já tínhamos 70% a salvo." Sua estimativa é de que a produtividade estimada entre 55 e 60 fique entre 38 e 40 sacas por hectare. A quebra máxima, considerando esses números, é de 36,7%. "Se continuar chovendo, os prejuízos vão aumentar."

As chuvas são excessivas também no Leste goiano. Na região de Cristalina, que concentra pivôs de irrigação, o tempo se encarrega de molhar as plantas, em excesso. Com 1,3 mil hectares – 70% soja e 30% milho –, Paulo Bonato ficou as três primeiras semanas de março de mãos atadas. Só conseguiu iniciar a colheita no último fim de semana. A soja está saindo do campo com 26% de umidade, praticamente o dobro do índice padrão para exportação (14%). Como ainda tem 90% da lavoura para colher, ele torce para que a quebra não passe de 15%.

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