Com o avanço do plantio no Paraná, que segue adiantado, e a volta das chuvas ao Mato Grosso, onde os produtores tentam tirar o atraso, o Brasil começa a definir suas apostas para a temporada. A Expedição Safra Gazeta do Povo ainda está na estrada, no último trecho do trabalho de campo, com visitas ao Centro-Norte do país, onde o ciclo é um pouco diferente da Região Sul. Por lá, o plantio está apenas no começo.
Mas no caso do Paraná, o maior produtor de grãos, já é possível antecipar área, produção, produtividade e a expectativa para o ciclo 2010/11. A edição de hoje traz a projeção para soja e milho, destaca o otimismo do produtor e a principal variável desta safra, o La Niña, fenômeno climático que assusta, mas não tira a esperança do agricultor paranaense. Apesar das adversidades, ele acredita na superação.
Como não dá para subestimar o clima, precaução, na medida do possível, é sempre necessária, no sentido de evitar maiores frustrações. De qualquer forma, como incentivo, vale resgatar o histórico do La Niña. Em ¼, ou 25% das vezes em que ele se configura, pelo menos nos modelos e cartas meteorológicas, o clima não tem alterações significativas, a ponto de afetar a produção agrícola. Ou seja, não faz diferença. O volume de chuvas pode ser ideal. A distribuição, idem. Mas se a estiagem for pontual e não muito severa, já será um ganho. Então, vale à pena sonhar.
Outra informação que chama a atenção na previsão de safra do Paraná é a cobertura de área com sementes geneticamente modificadas (GM). O porcentual de soja transgênica, por exemplo, confirma uma reportagem da Gazeta do Povo publicada no mês passado, de que os traders estão com dificuldade de encontrar soja convencional para honrar contratos com clientes europeus.
De coadjuvante a protagonista, a tecnologia GM consolida, definitivamente, sua presença no agronegócio brasileiro, tanto na soja quanto no milho. Por motivos agronômicos, de custos de produção ou de mercado, soja RR e milho Bt, não são apenas mais uma alternativa, mas despontam como a alternativa. É a era da biotecnologia aplicada à agricultura.