Foi em uma das participações com maior exposição desde a sua posse, no início de abril, que o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, mostrou que ainda está se inteirando das propostas, números e histórico da pasta que acaba de assumir. Na abertura da Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), uma das maiores feiras de tecnologia agrícola do mundo, o titular do Mapa disse que o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2010/11 vai disponibilizar próximo de R$ 100 bilhões para custeio e comercialização da próxima safra.
Rossi usou a cifra, grande, imponente e de respeito para ilustrar o apoio do governo federal ao setor. Ao resgatar o valor de R$ 22 bilhões destinado em 2003, ele está correto ao afirmar que o volume de recursos vem se multiplicando nos últimos anos. O que não ficou muito claro é a relação com o montante alocado para a safra atual, 2009/10, que está andamento. Para a atual temporada, foram liberados R$ 107,5 bilhões, sendo R$ 92,5 para a agricultura empresarial e R$ 15 bilhões para a familiar.
Nem tudo foi e talvez nem seja efetivamente aplicado. Primeiro porque o ciclo ainda não terminou. Segundo, pelo nível de endividamento do produtor rural, o que limita a capacidade de financiamento. Contudo, o fato é que o Plano Safra já rompeu a casa dos R$ 100 bilhões. O número continua sendo expressivo, mas já não é nenhuma novidade. Ao contrário, o setor espera que haja um novo avanço, como ocorreu nos últimos anos. Isso porém, só vamos saber em junho ou julho, com o anúncio oficial das novas regras.
Agora, a declaração do ministro sobre chegar aos R$ 100 bilhões é no mínimo preocupante. Sendo otimista, isso foi um lapso e ele está realmente desinformado. Ou, então, é melhor se preparar para uma surpresa. O volume de recursos pode encolher...é isso ministro?
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