A falta de investimentos no setor canavieiro e o clima negativo deste ano vão colocar a safra de etanol 2011/12 como a pior dos últimos três anos no Paraná. Levantamento da Associação de Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar) mostra que o estado colheu 45,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em 2009. A safra recuou a 43,3 milhões de toneladas em 2010 e, na atual temporada, a associação estima que a produção seja ainda menor.

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Desde o ano passado, a produção estadual de etanol não é suficiente para abastecer o mercado interno, revela o superintendente da Alcopar, José Adriano Dias. Ele lembra que, até pouco tempo atrás, o Paraná exportava o combustível para outros estados, mas agora precisa importar. "O déficit é tão grande que estamos precisando trazer o produto de São Paulo para suprir nossa demanda doméstica, o que antes não acontecia", pontua.

"Não temos investido nos canaviais nos últimos anos e, em razão disso, nossos canaviais estão velhos e pouco produtivos", justifica o dirigente. De acordo com estimativa da associação, dos 700 mil hectares de cana cultivados atualmente no Paraná, aproximadamente 350 mil estão envelhecidos - ou seja, não foram renovados nos últimos anos. Considerando que o valor para replantar um hectare de cana pode chegar a R$ 7 mil, o estado precisaria de R$ 250 milhões para renovar canaviais, calcula o superintendente da Alcopar. Ele explica que só assim seria possível aumentar a produtividade das lavouras nos próximos anos.

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"O governo diz que vai disponibilizar recursos para o setor neste ano, mas por enquanto ainda não liberou nada. Mesmo se o crédito fosse disponibilizado agora, precisaríamos de mais de três anos para concluir o processo de renovação das lavouras. Ou seja, antes de crescer, a produção paranaense ainda deve recuar mais um pouco nas próximas safras", prevê Dias.