A safra de verão 2016/17 começa a partir de 15 de setembro, mas o comportamento do tempo nos próximos meses já virou tema de debate entre especialistas. O fenômeno La Niña, que ocorre por causa da diminuição fora do comum das águas do Oceano Pacífico, acende o alerta aos produtores rurais, que já tiveram perdas na temporada passada por causa de intempéries.
Recorde
O fenômeno El Niño registrado em 2016 foi o mais forte desde 1998, trazendo chuvas em excesso para o Sul do país e seca no Nordeste.
De acordo com a meteorologista do Climatempo, Patrícia Madeira, em ano de La Niña, no Sul do Brasil, não falta chuva, mas ela vem com certa irregularidade. “Estamos em um momento de transição climática, mas a temperatura das águas do Oceano Pacífico Equatorial está diminuindo, indicando a ocorrência de La Niña a partir da primavera. O Paraná deve ter como característica predominante a irregularidade de chuvas”, explica Patrícia.
Segundo o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Luiz Renato Lazinski, os períodos chuvosos serão curtos e intercalados com outros mais longos de estiagem. “O produtor precisa ter um bom manejo e não plantar tudo de uma vez, pois dependendo do estágio de desenvolvimento da lavoura, uma estiagem pode ser prejudicial”, diz.
Para o meteorologista da Somar, Marco Antônio dos Santos, os modelos climáticos indicam que o La Niña será de curta duração e com intensidade mais fraca . Durante o verão, o fenômeno perde força e a segunda metade da estação pode voltar a ter uma neutralidade climática. “Com o enfraquecimento do La Niña, há uma tendência de que o Sul não seja tão seco”, afirma Santos.
Durante todo o inverno e também na primeira parte da primavera, o país ainda estará sob um período de neutralidade, por isso as temperaturas continuarão abaixo da média, com probabilidade de novas geadas. “As chuvas ficarão concentradas no Sul e o tempo mais seco na região Centro-Oeste e no Mapitoba”, diz o meteorologista.
El Niño
O El Niño registrado em 2016 foi o mais forte desde 1998, trazendo chuvas em excesso para o Paraná. Além disso, a intensidade do fenômeno deixou as temperaturas acima da média em abril e maio, prejudicando o desempenho nas lavouras da safra de grãos 2015/16. Os produtores colheram 20,358 milhões de toneladas, 8% abaixo dos 22 milhões colhidos na temporada anterior.
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