O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Marcelo Bezerra, afirmou nesta quinta-feira, 6, que a previsão para a safra agrícola 2016/2017, de produção de 210,5 milhões a 214,8 milhões de toneladas de grãos, se confirmada, vai superar as perdas da safra anterior, de 2015/2016.
A produção atingiu 186,3 milhões de toneladas na safra anterior, por causa de problemas decorrentes do clima - em especial, com o fenômeno do El Niño. Se forem confirmados os 214,8 milhões de toneladas para a safra atual, a produção será recorde, de acordo com a Conab.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Néri Geller, destacou o desempenho do agronegócio, apesar da crise econômica enfrentada pelo País. “É chegar neste momento, de crise econômica, e ver que o agronegócio avança”, comentou, durante coletiva de imprensa para apresentação do primeiro levantamento da Safra 2016/2017, da Conab.
Segundo Geller, o agricultor demonstra “ânimo em continuar avançando”, o que é importante. “E continuamos a avançar em área, incorporando áreas degradadas e pastagens. Novas fronteiras agrícolas estão sendo abertas, como em Boa Vista (RR)”, comentou.
Geller disse, ainda, que o Ministério da Agricultura está alinhado com o setor quanto ao crédito, ao orçamento e ao seguro rural. Além disso, destacou que as informações no ministério são de que o clima está favorável para a produção agrícola em todo o País. “Chuvas estão caindo, está chovendo muito bem”, comentou.
Normalidade
O superintendente de Informações do Agronegócio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Aroldo Antônio de Oliveira Neto, fez nesta quinta um resumo das expectativas e do andamento da produção de grãos no País, após a divulgação do primeiro levantamento da Safra 2016/2017. Um dos principais pontos destacados foi o clima que, segundo ele, apresenta um prognóstico positivo. “Está tudo normal”, afirmou.
A safra anterior, de 2015/2016, foi impactada pelo clima, em especial pelo fenômeno do El Niño, que prejudicou culturas importantes, como a do arroz, feijão e milho. Desta vez, a Conab espera que o clima não seja uma dificuldade. Tanto que a previsão para a safra de grãos está entre 210,5 milhões e 214,8 milhões de toneladas - bem acima dos 186,3 milhões de toneladas do período anterior.
Oliveira Neto destacou, ainda, que o crédito rural, na atual safra, foi disponibilizado dentro do prazo correto, o que ajudou os produtores. Além disso, os preços ao produtor, atualmente, cobrem os custos de produção. “Há rentabilidade em todas as culturas”, disse.
Ao avaliar as culturas, Oliveira Neto citou a redução de área de algodão na Bahia, mas lembrou que o principal produtor, Mato Grosso, apresentará manutenção de área ou mesmo um incremento. No caso do arroz, conforme o superintendente, há crescimento de produção na Bahia, o que pode ser atribuído à abertura de novas áreas.
Oliveira Neto destacou ainda os números do feijão, considerados “muito bons”, e o incremento de áreas na produção de milho na região Sul. “O quadro de oferta e de demanda nos dá tranquilidade para o ano”, destacou o superintendente.
Culturas de inverno
Oliveira Neto citou ainda o desempenho das culturas de inverno. Segundo ele, aveia, canola, centeio e cevada “estão de vento em popa”, com destaque para o Rio Grande do Sul. “Estamos prevendo maior safra de trigo para os próximos anos. No trigo, há áreas novas, como em Goiás. E vamos incluir aveia em Minas Gerais no ano que vem”, afirmou.
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