A safra brasileira de grãos 2011/12 ainda depende do milho de inverno, do trigo, do feijão tardio, mas está praticamente definida no que se refere à produção de verão. As lavouras de soja e milho cultivadas na época mais quente e úmida da temporada correspondem a cerca de 80% da colheita e apresentam bom desempenho. Apesar da quebra no Sul, que reduziu a produção nacional de soja em aproximadamente 5%, o milho ganhou área e, mesmo com resultado menor no Rio Grande do Sul, cresceu 6% em volume. Desta forma, 105 milhões de toneladas de grãos estão garantidas, mostrou a avaliação técnica da Expedição Safra Gazeta do Povo, validada na ExpoLondrina.
A reviravolta do milho de verão foi decisiva, assim como será o clima de inverno e o mercado das commodities agrícolas no segundo semestre. Os riscos que o frio e a falta de chuva representam para o milho de segunda safra a partir de agora somam-se às previsões de que os preços dos grãos devem cair a partir da confirmação de que os Estados Unidos terão uma de suas temporadas mais volumosas.
Os produtores norte-americanos estão apostando como nunca na produção de milho. Na mesma onda de preços, os agricultores brasileiros elevaram as apostas no ciclo de inverno. Porém, se a onda quebrar antes do tempo, Hemisfério Norte e Hemisfério Sul terão de lidar com uma oferta gigante, que pode derrubar as cotações.
Ainda há muito chão pela frente para que se diga com certeza que o pior cenário de preços vai se concretizar. As apostas são de queda na renda dos grãos nos próximos meses, mas, como não poderia deixar de ser, é necessário esperar que o clima e a demanda determinem o que realmente vai acontecer. Numa época de reviravoltas, ninguém descarta a possibilidade de as cotações continuarem se sustentando nas alturas.
A expectativa é grande e as contas finais de cada unidade produtiva vai depender muito das decisões que os produtores tomaram e estão tomando. A definição do tamanho da área de cada cultura, do momento do plantio, da tecnologia empregada e, essencialmente, da estratégia de comercialização, fazem toda a diferença neste ano. A situação das unidades produtivas vai de oito a oitenta, dependendo do acesso a informações estratégicas e do ponto de vista seguido para a tomada de posição. Vantagem para quem aduba o campo com informação. Boa leitura!
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