O ano de 2013 tem tudo para ficar marcado na história da indústria de máquinas agrícolas. Caso a projeção da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) de comercializar 72,9 mil unidades, entre tratores e colheitadeiras, seja cumprida, o setor registrará o segundo melhor ano de sua história. Desde 1960, quando começou a série histórica, somente em 1976 os negócios ultrapassaram a previsão para o ano que começa – na ocasião 80,2 mil máquinas foram vendidas, em plena fase de mecanização da agricultura.
O otimismo está embasado em uma série de fatores, a começar pela expectativa de safra recorde que começou a ser colhida agora em janeiro. De acordo com o levantamento da Expedição Safra Gazeta do Povo, a produção nacional de grãos deve alcançar 185 milhões de toneladas. Com os bons preços das commodities, os produtores esperam faturar alto.
Outro fator que faz acreditar nas vendas acima das 70 mil unidades é a recuperação do mercado ainda no fim do ano passado. O próprio setor projetava estagnação das vendas em função da estiagem, do início do ano passado, que atingiu principalmente os três estados da Região Sul – Paraná e o Rio Grande do Sul estão entre os quatro maiores compradores de máquinas agrícolas do país. O mercado, porém, surpreendeu e fechou o ano com 6,2% de aumento sobre 2011 – 69,3 mil máquinas.
“A seca nos Estados Unidos, que elevou o preço das commodities, e a queda de juros do Finame [Financiamento de Máquinas e Equipamentos] permitiram forte recuperação do mercado”, explica o diretor da Anfavea Milton Rego.
Diante da entrada de mais dinheiro no mercado com o início da colheita, as empresas se preparam para atender a demanda. A paranaense Montana está investindo em três das suas cinco fábricas.
“A capacidade de produção de São José dos Pinhais vai aumentar 20% – foram 1,2 unidades no ano passado. Também investimos nas plantas industriais de Farropilha (RS) e de Fraiburgo (SC)”, ressalta o diretor de marketing da companhia, Giancarlo Fasolin, sem mencionar valores. A empresa ainda possui estruturas em Rondonópolis, Mato Grosso, e na cidade de Casilda, na Argentina, sendo que a produção desta última é destinada ao Mercosul.
O grupo AGCO, da qual a Valtra faz parte, deve investir R$ 58 milhões ao longo do ano nas seis unidades espalhadas pelo Brasil. O foco é a linha de produção de colheitadeiras da fábrica de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul.
“Já temos tradição e uma parcela expressiva (23%) do mercado de tratores. Mas somos jovens no setor de colheitadeira e queremos aumentar nossa participação de 5% para 8% em 2013”, aponta Alexandre Vinícius de Assis, gerente nacional de vendas da Valtra.