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As variedades transgênicas devem ocupar 41% da área cultivada com soja no Paraná. A estimativa é do projeto Rumos da Safra, um levantamento técnico-jornalístico inédito realizado pela Gazeta do Povo, através do Caminhos do Campo, sobre a safra 2006/07. A participação da semente geneticamente modificada (OGM) só não será maior pela falta de variedades adaptadas às diversas regiões do estado. Se a estimativa for confirmada, 1,62 milhão de hectares serão cobertos com a soja Roundup Ready no Paraná, tecnologia que garante a tolerância ao glifosato, produto utilizado para controlar as ervas daninhas da lavoura. A previsão tem por base a intenção de plantio da área global de soja no estado, verificada pelo Rumos da Safra e publicada no suplemento da semana passada, de 3,96 milhões de hectares.

As estatísticas sobre a safra anterior são muito divergentes. Não existe nenhum dado oficial, mesmo porque o ano passado foi considerado um ano de transição. A Lei de Biossegurança – marco legal da soja transgênica – foi aprovada em março de 2005, mas regulamentada somente em novembro, quando a safra 2005/06 já estava praticamente plantada. Outro fator que dificulta a sondagem é a utilização da semente pirata, guardada pelo agricultor e sem nenhum controle da fiscalização.

Nem mesmo a Secretaria de Estado da Agricultura (Seab), apesar de o atual governo desenvolver uma verdadeira cruzada contra o cultivo e a comercialização de soja OGM, arrisca um número. Os técnicos fazem a pesquisa sobre a intenção de plantio, sem distinguir área transgênica de convencional.

A título de comparação, o Rumos da Safra usa o número de uma consultaria de mercado (Kleffmann) – o mesmo utilizado pela Monsanto, multinacional detentora da tecnologia: na última safra, a área transgênica seria, em média, de 19% no Paraná e de 32% no Brasil, atingindo 99% no Rio Grande do Sul.

Amostragem

O percentual de 41% foi tabulado a partir de uma pesquisa de campo, realizada entre os dias 11 de setembro e 3 de outubro, com apoio técnico da Federação da Agricultura (Faep) e Organização das Cooperativas (Ocepar). Foram ouvidos produtores, cooperativas, revendas e empresas de pesquisa que desenvolvem variedades de soja OGM. A amostragem contempla um universo de 30 mil produtores e uma área superior a 2,5 milhões de hectares.

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