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Diante da alta demanda do mercado internacional, as frutas cítricas têm conquistado espaço nas propriedades do Paraná. Em 2011, a área de citros (laranja, tangerina e limão) alcançou 35,6 mil hectares e a produção chegou a 961 mil toneladas, com expansão de 3,4% e 24% em relação à safra anterior, respectivamente. O crescimento consolidou as espécies ácidas como carro-chefe da fruticultura estadual. Elas possuem 56,6% de participação no volume colhido pelo setor e 31% do Valor Bruto de Produção (R$ 317 milhões) de R$ 1 bilhão, que abrange 34 frutas.

Com exceção da tangerina, que está estabilizada, a última década representou um salto no cultivo das frutas cítricas. De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a laranja é a grande mola propulsora do segmento. Entre 2000 e 2011, a área dobrou (chegando a 25 mil hectares) e a colheita mais do que triplicou (768 mil toneladas), fatores que contribuíram para sustentar o Paraná no posto de 5.º maior produtor nacional.

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O limão também registrou crescimento. A área de cultivo aumentou 60% e a produção dobrou na última década. Na safra passada, o fruto ocupou 875 hectares e teve uma produção de 17 mil toneladas.

"As frutas cítricas são uma garantia de renda para o agricultor porque tem indústria interessada na produção", explica o agrônomo do Deral, Paulo Andrade. "As frutas permitem ao agricultor diversificar suas atividades: são algo a mais na propriedade e uma outra fonte de renda", complementa.

Apesar de o município de Cerro Azul, na Região Metropolitana de Curitiba, ter o título de maior produtor de tangerina do país, a produção dessa fruta no estado se acomodou nos últimos anos. Desde 2009, a área da ponkan e outras tangerinas permanece em 9 mil hectares e a produção na casa das 180 mil toneladas.

Oferta

Mesmo com o crescimento da produção de laranja, o segmento informa estar em crise em função do excesso de oferta, resultado da queda das exportações. Os países que formam o bloco da União Europeia, principal cliente do Paraná, reduziram a compra do suco de laranja produzido pelas indústrias locais, reflexo da crise financeira que assola o continente. O Paraná produz 36 mil toneladas de suco ao ano – 98% para exportação e 2% para indústrias de bebidas que atendem ao mercado interno.

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Com a redução da demanda da União Europeia, o governo brasileiro emitiu duas medidas para tentar escoar a safra nacional. Foi criada uma linha de crédito, para a armazenagem do alimento e, o mais importante, ampliou-se de 20% para 50% a concentração de néctar (sumo) no suco da fruta, medida que vale também para a maçã.

Segundo o presidente da Associação dos Citricultores do Paraná (Acipar), Maykon Scheliv, a mudança no processo industrial não coloca em risco o fornecimento da fruta para as empresas de suco no estado. "Atualmente está sobrando [laranja]. A produção estadual consegue atender com tranquilidade a demanda mesmo com o aumento do néctar, já que os pomares estão aumentando no Paraná", afirma.

Indústrias apostam em maior consumo de suco no exterior

O momento conturbado, provocado pela queda nas exportações de suco de laranja, não afeta os planos de médio e longo prazo da indústria de suco. As empresas acreditam que a matéria-prima continuará sendo farta, apesar da expansão da soja, e que o mercado internacional deve se recuperar.

Com essa expectativa é que a cooperativa Integrada inaugura, no próximo mês, a sua indústria de sucos, em Uraí, Região Metropolitana de Londrina, com capacidade para processar 2 milhões de caixas/ano. No primeiro ano, serão 800 mil caixas. A empresa investiu R$ 15 milhões para atender uma reivindicação dos próprios associados.

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"Quando fizemos o estudo em 2006, os grãos estavam com preços baixos e a laranja com um valor excelente. De qualquer forma, a proposta é dar uma opção de cultura diversificada para o associado e a garantia de que ele terá a produção comercializada", afirma o diretor da Integrada, Sérgio Otaguiri.

Desde o anúncio da construção em 2008, a companhia mantém negociação para comercialização dos produtos com os mercados da Ásia e do Oriente Médio.

Ampliação

A cooperativa Cocamar, que possui indústria de processamento do fruto no município de Paranavai, prevê crescimento. A planta, com capacidade para até 30 milhões de litros de bebidas/ano, deve alcançar 25 milhões de litros este ano, aumento de 13% em relação ao ano passado (22 milhões de litros). A produção é exportada para o Japão.

"O momento atual do setor não é muito bom, há excesso de oferta. Mas os cooperados ligados à Cocamar estão tranquilos porque têm contrato ao preço de US$ 4,8 a caixa de 40,8 quilos, considerado razoável", diz o superintendente de Negócios da empresa, José Cícero Aderaldo. Pioneira na citricultura no Paraná, a cooperativa abrange 13 mil hectares de pomares, sendo 8 mil na região de Paranavaí e 5 mil na região de Rolândia.

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