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O milho deve ter 20 mil hectares a mais que o previsto no início do plantio de verão da safra 2011/12, alcançando 901 mil hectares, conforme a nova estimativa da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab). O cereal recuou drasticamente nos últimos dois anos e agora avança 17% (130 mil hectares) na comparação com 2010, recuperando espaço principalmente sobre a soja. Quase 50% da área prevista já foi plantada.A soja perdeu 12 mil hectares desde o relatório de setembro da Seab, que foi o primeiro do ciclo. Está com 4,43 milhões de hectares -- 50 mil a menos que em 2010 (1%). O plantio deve passar da casa de 10% no estado na próxima semana. Além da soja, o feijão também perdeu espaço -- a safra das águas ocupa 281 mil hectares, 63 a menos que no ano passado. Ainda falta plantar metade dessa área.

Como o estado não tem mais terras preparadas para o cultivo de grãos disponíveis, a expansão de uma cultura exige redução nas demais, afirmam os técnicos da Seab. A disputa é motivada pela variação dos preços internacionais, que nos últimos meses têm favorecido o milho.No Paraná, o preço do milho subiu 42% no último ano e o da soja, 17%, conforme registros do Departamento de Economia Rural (Deral). As cotações devem abrir esta semana em R$ 23 e R$ 44 por saca de 60 quilos, respectivamente.

Apesar do aumento de 17% no plantio, o milho ainda está longe de recuperar a área que obteve em safras anteriores. Em 2007/08 e em 2008/09, os produtores de grãos do Paraná semearam milho em 1,38 milhão e 1,27 milhão de hectares, respectivamente. A área do ano passado, 770 mil hectares, foi a menor já registrada -- a série histórica tem registros desde a década de 70.

O quadro do Paraná tende a se repetir nos demais estados que plantam milho e soja. O primeiro levantamento oficial da safra nacional de grãos deve ser divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na próxima quinta-feira.

ClimaCom o mercado em alta, a principal preocupação dos produtores brasileiros passa a ser o clima. Eles vêm monitorando as previsões de que o La Niña -- que pode provocar seca a partir de dezembro -- deve se repetir. A mesma previsão foi lançada no ano passado, mas não houve falta de chuva no período.Na dúvida, o setor está antecipando o plantio de verão em cerca de uma semana. A tarefa deve terminar em meados de novembro. A antecipação foi possível até agora porque havia umidade suficiente. Se o clima continuar favorável, o milho de inverno também poderá ser plantado mais cedo, a partir de janeiro, ocupando uma área maior que a da última "safrinha".

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