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Barkema conta que o feijão e o milho vão "empatar" nesta safra. Custo e rendimento devem ser de R$ 2,4 mil e R$ 2,8 mil por hectare, respectivamente. Na soja, a margem sobre o custo operacional deve passar de R$ 20 por saca em seu caso. Não há muito a comemorar, afirma, porque esse pode ser o único lucro do ano. Porém, há condições de continuar produzindo. No ano passado, relata, o ganho veio do feijão. O dinheiro foi quase todo para a compra de maquinário, "que agora traz melhor rendimento às outras culturas".

O caso de Barkema não é regra. A 100 quilômetros de Tibagi, em Curiúva, o produtor João Alves se diz à beira da falência. Ele vai ter de entregar toda a produção para garantir o Proagro e não inflar sua dívida junto aos bancos, que cresce desde 2004. Não sabe de onde vai tirar dinheiro para pagar parcelas prorrogadas, prestação de trator e gastos domésticos.

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Além disso, precisa honrar o contrato de arrendamento, em que promete 500 quilos de soja por hectare alugado ao ano. Dos 22 alqueires que possui, só 17 são agricultáveis. "É pouca terra para plantar grãos. tenho que arrendar para aproveitar o trator", justifica.

O planejamento define o futuro de pequenos e grandes produtores. Como depende de uma balsa para escolar a produção além do Rio Tibagi, o produtor Paulo Sérgio Assunção se viu obrigado a investir cerca de R$ 400 mil em um novo silo (o 5º da propriedade). Mesmo com 2,5 mil hectares plantados, relata que não pode se dar ao luxo de perder uma safra para se manter competitivo e pagar as contas. Chuvas isoladas e manejo rigoroso devem fazer a soja chegar perto de 3,5 toneladas por hectare e o milho a 9 t/ha em sua área.