O volume de recursos que o governo federal pretende destinar em 2012 ao seguro rural da agropecuária comercial deixou o setor inconformado. Dos R$ 669 milhões reivindicados, apenas R$ 46 milhões devem ser confirmados ao programa que reduz o preço dos contratos assinados pelos produtores, conforme a Federação da Agricultura do Paraná (Faep).

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No Ministério da Fazenda e no Ministério da Agricultura, a informação é que os valores estão sendo negociados. Os agentes que participam das discussões evitam falar sobre o assunto. A expectativa é que novos valores sejam anunciados até amanhã.

Os orçamentos de 2010 e 2011 não foram executados pelo governo federal. Faltaram R$ 163 milhões no exercídio passado e, neste ano, dos R$ 406 milhões previstos, R$ 253 saíram. Desse total, R$ 120 milhões tiveram confirmação no último mês e há risco de os bancos não conseguirem repassar os recursos, uma vez que a maior leva de contratos de custeio foi assinada às vésperas do plantio de verão, que começou em setembro.

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As cinco seguradoras que oferecem seguro com subvenção do governo à agropecuária alegam que precisam ampliar sua carteira de clientes para tornar o negócio viável. Essa ampliação estaria atrelada à subvenção que o governo paga aos produtores. A ajuda de custo cobre 50% do prêmio do seguro para soja, milho e arroz e chega a 70% no caso do trigo e do feijão.

A Faep tenta mobilizar os deputados que representam o Paraná, na esperança de ampliar o orçamento de 2012. "É importante aprovar o máximo no orçamento. Brigar por suplemento é mais difícil. O governo, ao investir cada vez menos no seguro rural, pode ter que administrar crise em caso de catástrofe climática. A agricultura precisa sair do círculo vicioso do endividamento", diz Pedro Loyola, economista da organização, que representa os sindicatos rurais do Paraná.

O setor busca ampliar também o orçamento do Plano Agrícola e Pecuário 2012/13, que deve ser anunciado no primeiro semestre do ano que vem, conforme o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro. Não há garantia de reajuste, mas a reivindicação dos representantes dos produtores é que o valor oferecido à agropecuária comercial seja elevado de R$ 107 bilhões para R$ 174 bilhões.