Há 35 anos na presidência da Coamo, o agrônomo José Aroldo Galassini afirma que, em quatro décadas de atuação, a cooperativa não teve altos e baixos. "Só teve sucesso, nenhuma crise administrativa ou financeira. A Coamo ultrapassou todas as crises econômicas sem maiores problemas, porque sempre teve pé no chão e se manteve bem capitalizada." Na entrevista a seguir, ele detalha a estratégia adotada para expansão dos negócios, fala de sucessão e dos planos da sociedade.
O papel mais importante da Coamo nas últimas quatro décadas está na industrialização ou em levar tecnologia de produção ao campo?
Em primeiro lugar, estão as novas tecnologias, que elevaram a produção. As pesquisas de instituições como Embrapa, Iapar e de empresas privadas resultaram em variedades de alta produtividade. Ao lado disso, crescemos com uma equipe de assistência técnica muito grande. Hoje estamos com 220 engenheiros agrônomos e veterinários que dão assistência no campo. Além disso, construímos uma capacidade de armazenagem que deu condições de a Coamo receber rapidamente toda a safra, que ocorre em 60 a 90 dias. E não descuidamos de industrializar e da boa administração. As cooperativas mais industrializadas são as que melhor estão economicamente. A Coamo sempre esteve bem capitalizada. Esse é um ponto forte da cooperativa. Através dessa capitalização, se consegue negociar melhores preços e oferecer mais crédito ao quadro social. Com o pagamento de impostos, ajudamos as comunidades onde a Coamo está a se desenvolverem, no meio rural e na cidade.
O senhor está há 35 anos na presidência. Como está estruturada hoje a administração?
Quando fundamos, eu fiquei gerente, de 70 a 74. Depois de 75, nosso presidente (Fioravante João Ferri) veio a falacer, e eu fiquei na presidência. E estamos na presidência até hoje. Estamos também preparando gente para o futuro. A Coamo tem um curso anual de novos líderes, que estão assumindo posições nos conselhos de administração e fiscal. Estamos preparando também os executivos para que a Coamo, enquanto uma grande empresa, tenha continuidade administrativa. As cooperativas que têm estabilidade administrativa alcançam mais sucesso. Isso é visto a olho nu.
O que os 40 anos representam para quem acompanhou a Coamo desde o começo?
Os cooperados estão muito orgulhosos por terem criado uma cooperativa hoje com 22,4 mil sócios. E com sucesso. A Coamo não teve altos e baixos nesses 40 anos. Só teve sucesso, nenhuma crise administrativa ou financeira. A Coamo ultrapassou todas as crises econômicas sem maiores problemas, porque sempre teve pé no chão e se manteve bem capitalizada.
A Coamo já atingiu estrutura estável?
A Coamo atua em 63 municípios e tem participação na produção de até 95%. Em alguns, está em 30% a 40%. Na medida que o pessoal vai conhecendo, vão entrando sócios e a cooperativa ganha participação maior. Nesse ano fizemos investimento de R$ 200 milhões, no sentido de aumentar a capacidade de armazenagem, a frota de caminhões e a industrialização, que passa de 2,25 mil para 3 mil toneladas por dia. Dá para continuar crescendo na expansão da produção e na indústria.
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