Quando a soja bateu os US$ 15 dólares por bushel na Bolsa de Chicago, há duas semanas, a comemoração ocorreu em tempo real no Brasil. Num seminário com megaprodutores realizado em São Paulo, houve brindes e aplausos. A semana passada foi de baixas e de recuperação nos índices da CBOT. Mesmo com essa oscilação, as cotações no Brasil seguiram em alta contínua, estimuladas pela desvalorização do real frente ao dólar. Paraná e Mato Grosso, os dois principais produtores de grãos, seguem registrando recordes regionais de preços ao produtor. O Caminhos do Campo mostra nesta edição que esse quadro tem sido decisivo para o planejamento e deve determinar a dimensão da próxima safra de soja.
O planejamento da temporada 2012/13 foi iniciado há meses, mas agora é que os produtores começam a bater o martelo sobre a área a ser cultivada, o investimento em tecnologia. E o ânimo do mercado dita o ritmo da produção, que deve subir mais um degrau, ou dois. A certeza vem de informações dos agricultores, refletidas nas primeiras avaliações da Aprosoja e também do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o Usda.
Apesar de os relatórios oficiais divulgados na semana passada no Brasil pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não terem apresentado projeções sobre a próxima safra, os técnicos do setor também cogitam expansão do cultivo. As apostas, por enquanto, ficam mais próximas dos 78 milhões de toneladas.
Se isso ocorrer, será como subir dois degraus num mesmo passo. Um pela safra 2011/12, que teve quebra devido à seca que afetou a Região Sul, e outro pela temporada 2012/13 em si. Na safra anterior, foram atingidos 72,5 milhões de toneladas, aferiu a Expedição Safra Gazeta do Povo. A queda de 4,9% na temporada atual, que soma 68,99 milhões de toneladas de soja em âmbito nacional, tende a ficar no passado como um sobressalto na corrida pelo aumento contínuo na produção.
