Os 400 aprovados no concurso do Instituto Paranaense de Assistência Técnica (Emater), realizado no dia 2 de junho de 2014, ainda terão que esperar, pelos cálculos mais otimistas, mais de dois meses para assumir seus postos. Mesmo com a urgência nas contratações para ‘reaparelhar’ o órgão, que opera de forma deficitária, a crise econômica que assola o Paraná praticamente inviabiliza a convocação dos profissionais ainda este ano. No final do ano passado, os 400 aprovados entregaram os exames médicos e depois passaram a conviver com a incerteza.A situação é mais complicada do que parece. A primeira etapa para o chamamento dos aprovados passa pelo “ok” da Secretaria Estadual da Fazenda quanto à liberação de recursos.
Procurada pela reportagem, a instituição se limitou a comunicar que “a contratação de novos funcionários depende de disponibilidade orçamentária”. Isso pode inviabiliza o processo neste ano, pois o orçamento já está fechado. A solução, apesar de pouco provável, seria a Secretaria “fazer a engenharia de tirar de alguém e colocar na Emater”, segundo o presidente da Emater, Rubens Ernesto Niederheitmann.
Posteriormente ao sinal verde da Fazenda, a Emater irá lançar um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para estimular a saída de parte dos técnicos em atividade. O PDV deve durar, no mínimo 60 dias, entre lançamento, adesão dos funcionários e homologação dos demitidos. O plano também exige recursos financeiros para sua execução.
“Queremos estimular a saída de 150 pessoas que estão no fim de carreira. Essa demissão voluntária é importante para não onerar a folha [de pagamento]. Como os encargos dos futuros profissionais são melhores, a conta ficará equilibrada, mesmo com um número maior de contratação em relação à saída”, explica Niederheitmann.
O executivo garante que a Emater está pronta para receber os novos colaboradores. “A agenda de treinamentos já está montada”, ressalta. “A demanda do campo é grande. Projetos estão parados porque a estrutura é limitada. É fundamental contratar logo.”
Aprovados
Se a coisa não está fácil no dia-a-dia da Emater com um quadro reduzido, a vida dos 400 aprovados também não é lá das melhores. Muitos reclamam das incertezas em relação ao futuro para executar planos. Parte dos aprovados reside em outros estados, o que acarreta na mudança quando forem convocados.
“Isso tem dificultado o planejamento de nossas vidas por causa da busca de outros empregos e assuntos que envolvem mudança de cidade. Estamos sendo muito afetados pela falta de informações mais claras por parte das autoridades sobre a nomeação”, diz um dos aprovados, que prefere não se identificar. O último aviso por parte do governo estadual sobre a nomeação, enviada por e-mail, diz que será em outubro, o que já está fora de cogitação por conta do cronograma do PDV.
Outro aprovado no concurso, que também pediu anonimato, questiona o fato da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), que realizou concurso na mesma data, ter convocado 169 profissionais. “Isso se deu porque o Paraná fez um esforço para ser reconhecido como área livre de aftosa sem vacinação”, rebate Niederheitmann. Apesar disso, a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab) confirmou a vacinação de novembro, pois nem todas as medidas visando o status internacional foram implementadas.
A validade do concurso da Emater termina em 2 de julho de 2016.
400 vagas293 para assistente social, economista doméstico, engenheiro agrônomo, engenheiro de alimentos, engenheiro de pesca, engenheiro de segurança do trabalho (com formação em engenharia agronômica), engenheiro florestal, médico veterinário ou zootecnista e 107 por técnicos extensionistas especializados.
11,4 mil profissionais se inscreveram no concurso. A maior concorrência foi para o cargo de engenheiro agrônomo, 4 mil pessoas. Outros 2 mil candidatos disputaram as 107 para técnicos extensionistas especializados. O salário para os cargos de nível superior é de R$ 5.382,20, enquanto os técnicos irão receber R$ 2.152,88.