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O produção de sementes normalmente depende de clima ameno, com noites frias, mas um agricultor de Foz do Iguaçu (PR) prova que é possível driblar as altas temperaturas e oferecer grãos de qualidade sob o calor do Nordeste. Idone Grolli cultiva 2,6 mil hectares em Balsas (MA) quebrando regras, com irrigação em 20% da área e uma espécie de câmara fria para armazenagem da produção.

As sementes Cajueiro são suficientes para o cultivo de 130 mil hectares por ano e atendem, além de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, áreas do Sul do Pará. Com custos 20% acima dos registrados por produtores que vendem a safra inteira para as indústrias e não precisam se preocupar com tantos detalhes da produção, ele consegue R$ 60 por saca de soja neste ano – 30% a mais que o grão comercial.

Quem produz semente colhe material melhor quando o clima é um pouco mais seco, como ocorreu ano passado, relata. A oferta maior de semente fez com que os preços caíssem, na contratendência do mercado de grãos. Grolli relata que, no ano passado, a saca de semente de soja alcançou R$ 100. Como no ciclo atual deve haver mais chuva, tende a repetir essa façanha ano que vem.

O período de cultivo também é diferente. Ele colhe soja em agosto nas áreas irrigadas, destinando imediatamente a produção ao mercado. Quando segue para o armazém, a semente é resfriada numa máquina com seis aparelhos de ar condicionado de 60 mil BTUs. Na câmara improvisada com parede de gesso e teto de isopor, bastam dois aparelhos, que mantêm a temperatura em 19° C num ambiente de baixa umidade. "É o suficiente, porque preciso resfriar apenas o ar dos corredores, em volta das pilhas", relata. Os grãos mantêm boa condição de germinação por mais de um ano, sustenta.Sua área dedicada à produção de soja é de 2,2 mil hectares e 70% da colheita pode ser vendida como semente. O restante segue para produção de óleo e farelo. No caso do milho, o cultivo tem área sete vezes menor. Direcionado ao mercado interno, o cereal atende pequenos produtores. "Vejo pequenos armazéns vendendo minhas sementes por quilo no interior", relata.

Depois de criar um sistema de produção de sementes numa região em que a temperatura chega a 40° C no verão, ele investe na produção produção de melancia e abóbora, aproveitando melhor os 560 hectares irrigados.

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