Exigências que vêm do outro lado do Atlântico ajudam a melhorar o sabor dos alimentos à base de soja no Brasil. Com experiência de duas décadas na exportação de grãos orgânicos para a Europa, a Agrorganica pertencente ao mesmo grupo de empresários que montou a Samurai Organic Foods se especializou em variedades destinadas ao consumo humano. Foi necessário selecionar sementes mais adocicadas. A rede de 60 agricultores, fiscalizada por auditores europeus todo ano, fornece matéria-prima também para indústria instalada no Paraná.
A Agrorganica abriu caminho à exportação de soja orgânica no Brasil duas décadas atrás. Hoje embarca de 5 a 6 mil toneladas ao ano, perto de um quarto do total nacional. Por enquanto, apenas 1% dessa soja é industrializada pela Samurai. Agregar valor nas vendas ao exterior, só no longo prazo, afirma Frantiesco Pessoa. Ele considera difícil competir com indústrias externas no mercado de perecíveis. O tofu pasteurizado tem validade de 70 dias.
Por enquanto, o exterior representa mercado para matéria-prima e referência de produtos industrializados. "Alguns de nossos clientes europeus (que compram soja da Agrorganica) fazem exatamente o que nós fazemos aqui (na indústria Samurai)", relata Roberto Perin. As duas empresas entram no mercado brasileiro de alimentos com selo EcoSocial do Instituto Biodinâmico (IBD) que avalia atenção ao ambiente ao trabalhador rural e certificação da EcoCert que verifica a origem dos alimentos orgânicos. Conforme o governo federal, o setor movimenta R$ 500 milhões ao ano e tem 20% da renda baseada nas exportações.