Demanda por toras grossas no estado é projetada em 10 milhões de toneladas por ano, segundo Apre.| Foto:

As empresas de base florestal identificaram alto risco de falta de madeira grossa na Região Sul do Brasil dentro de uma década e decidiram se mobilizar imediatamente para evitar desabastecimento. O setor reivindica estímulo do governo aos pequenos e médios produtores para que eles façam os desbastes (cortes) de árvores menores agora. Com o corte, abre-se clareiras para que as demais árvores plantadas recebam luz, cresçam e ganhem diâmetro, favorecendo a oferta de toras grossas no futuro (usadas nas indústrias de móveis e perfilados). Caso contrário, toda a área plantada dará toras finas.

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Os produtores estão evitando fazer a colheita de parte das áreas, porque os custos estão praticamente empatados com os valores de venda da madeira, que estão entre R$ 50 e R$ 60 por tonelada de tora, afirma o diretor executivo da Associação Paranaense das Empresas de Base Florestal (Apre), Carlos Mendes.

Segundo ele, hoje não há problema de oferta de toras grossas, mas o risco de que falte o produto no médio prazo é alto. "A expectativa é que a demanda tanto por toras como por madeira fina aumente nos próximos anos, com a conclusão de projetos de indústrias no Paraná. É o caso da Klabin, nos Campos Gerais. Ou seja, há um risco duplo de desabastecimento", afirma Mendes.

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As grandes fornecedoras do setor também contribuem para esse cenário. Elas alteraram o manejo das florestas para atender um nicho de mercado, que é celulose e energia.

Para que o Programa Agrícola e Pecuário (PAP) passe a incluir apoio específico à produção de madeira grossa, é necessária a autorização do governo federal e do Conselho Monetário Nacional, bem como apoio dos ministérios da Agricultura, Fazenda e Planejamento.

As empresas de base florestal começaram sua jornada sensibilizando o governo do estado, que tende a se tornar aliado nas articulações em Brasília.

O Paraná é o estado que mais dedica área a espécie de Pinnus no Brasil, com mais de 600 mil hectares. A produção local de madeira é calculada em 40 milhões de metros cúbicos anuais.

Cota

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R$ 25 mil em financiamento para cada pequeno produtor de madeira. Essa é a reivindicação do setor agroflorestal para estimular a produção de toras grossas.