Na soja, o Paraná foi o estado que mais sentiu a estiagem. Mas, ainda assim, esta não é a pior quebra da história. As safras 2004/05 (quebra de 24%) e 2005/06 (-20%) foram piores que a atual no estado. A oleaginosa paranaense foi muito mais prejudicada pela falta de umidade que em outros estados da Região Sul porque 54% das lavouras foram plantadas em outubro e estavam em fase de florescimento e formação de vagens durante o período seco. Mato Grosso do Sul também teve quebra expressiva na produção, de 13%, segundo a Conab. Mato Grosso, Goiás e os estados do Nordeste do país tiveram redução na safra por causa da estiagem, mas a frustação foi pequena. No cômputo geral do país, a produção de soja recua 4,7%, de 60 milhões no ciclo passado para 57,2 milhões de toneladas em 2008/09, ainda conforme a companhia.
Na avaliação da Conab, a redução na produção deve alterar de modo significativo o balanço de oferta e demanda nacional. Para a estatal, os estoques brasileiros de soja serão reduzidos em 53,6%, a 2,1 milhões de toneladas, ao final da temporada 2008/09. "O quadro de suprimento deve se manter bastante ajustado, com a oferta de soja em grão totalizando 61,9 milhões toneladas, frente a um consumo total de 59,8 milhões. As exportações do grão devem permanecer próximas aos níveis atuais, ao redor de 25 milhões de toneladas, mas o esmagamento deve se expandir, passando de 32,1 milhões para 32,2 milhões de toneladas", afirma a Conab em relatório.
No Paraná, a quebra não colocará em xeque o abastecimento, mas obrigará o setor a se ajustar, considera o agrônomo do Deral Otmar Hubner. (LG)
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