Depois da forte onda de valorizações, as cotações da soja e do milho despencaram na Bolsa de Chicago, referência internacional para os preços dos grãos. O mergulho começou na sexta-feira, quando a oleaginosa operou no limite de baixa (70 pontos), e se estendeu até ontem, dia em que o contrato de primeira posição (janeiro/11) da soja fechou em queda de 15 pontos, valendo US$ 12,05/bushel (27,2 quilos) ou US$ 26,58/saca de 60 quilos. O cereal, por sua vez, encerrou o dia em baixa de 0,75 pontos, cotado a US$ 5,25/bushel (25,4 quilos), base contrato dezembro/10, ou US$ 12,42/saca de 60 quilos.
A pressão sobre as commodities foi ocasionada, em parte, pela reação do dólar no mercado internacional, e também pela China, que estuda maneiras de conter a inflação superior a 4% no país , especialmente sobre os alimentos. O governo já confirmou que adotará medidas de controles dos preços, o que deve gerar um aperto monetário no país asiático. Isso significa que o maior consumidor de soja do mundo pode diminuir seu interesse por produtos de outros continentes.
Para piorar a situação das cotações dos grãos, o dólar reagiu no mercado internacional. A valorização da moeda encarece os produtos norte-americanos e, portanto, desfavorece as exportações dos EUA. No Brasil, o câmbio interno seguiu a escalada externa e chegou a valer R$ 1,74 nesta semana. Nesta quarta-feira, porém, o dólar terminou o dia valendo R$ 1,72, a primeira queda em sete dias.
A retração dos valores internacionais levou o preço médio da soja aos R$ 44,42 por saca e o do milho aos R$ 20,26 por saca, no Paraná, nesta quarta-feira, segundo o Departamento de Economia Rural da Secretaria Estadual de Agricultura (Seab). Apesar do recuo em Chicago, os dois grãos seguem valorizados, na relação com o mesmo período do ano passado.