Ao contrário da tendência verificada nas outras regiões visitadas pela Expedição Caminhos do Campo, no Norte do estado as áreas de milho e soja devem se manter estáveis na safra 2007/08. Dados preliminares da sondagem apontam para uma pequena redução na soja, inferior a 1%, e aumento de pouco mais de 2% no milho. No Oeste e Sudoeste a previsão é de que o milho perca 4,47% de área e a soja ganhe 3,78%.
A diferença é que o Norte do Paraná continua apostando no milho, enquanto que em outras regiões a falta de chuva obrigou os produtores a migrar para a soja. A precipitação também é insuficiente em Londrina, Maringá e municípios vizinhos, mas os agricultores acreditam que podem esperar pela chuva até a última semana de outubro. Nos Campos Gerais, ocorreu a mesma situação com o milho. No caso da soja, a previsão é de crescimento de 6% no plantio.
Gustavo Sbrissia, analista da Organização das Cooperativas (Ocepar), que acompanha a Expedição dando suporte técnico, esclarece que o levantamento é sobre intenção de plantio e que os números podem mudar, principalmente se chover nesta semana. "O clima será determinante nesta fase final de plantio do milho, que começa a disputar espaço com a soja não por causa de preço ou mercado, mas pela pressão da melhor época de cultivo."
Wilson Palaro, que planta soja e milho em Floresta (a 40 quilômetros de Maringá), adotou uma estratégia pouco comum para ganhar tempo quando a chuva chegar. Ele aproveita a pausa forçada no roteiro de trabalho do campo para adubar o solo. O ideal era depositar o adubo na mesma operação de máquinas do plantio. Em seus cálculos, a distribuição de semente e adubo juntos é mais demorada. "Com adubo na plantadeira, faço 17 hectares por dia. Se usar só a semente (depois da chuva), planto quase 25 hectares por dia." O engenheiro agrônomo da Emater, Paulo Roberto Milagres, afirma que o procedimento só é indicado para quem já tem solo adequado, porque a absorção de fósforo e nitrogênio é menor com o solo seco. Palaro gasta mais combustível, porque percorre a lavoura com a plantadeira duas vezes.
Na mesma região, Nelson Penachiotti, que se preparou para fazer 100 hectares de milho, diz que está arrependido de ter comprado a semente. "Nunca aconteceu de chegar a outubro sem plantar. Ainda mais sem perspectiva de chuva." Ele já fala em fazer um novo financiamento para substituir milho por soja. "O problema maior é o adubo diferenciado, o herbicida e outros insumos que foram adquirido para o plantio do milho."
Na safra 2006/07, conforme le-vantamento do Caminhos do Cam-po, o Paraná cultivou 1,26 milhão de hectares de milho de primera safra e 3,96 milhões de hectares de soja.
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