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O atraso na colheita de grãos nos Estados Unidos, as notícias sobre o clima quente e seco em importantes regiões produtoras do Brasil e a alta do dólar devolveram à soja boa parte das perdas ocorridas ao longo do último mês. Nesta semana, os preços do produto voltaram a subir tanto no mercado internacional quanto nas praças brasileiras, reanimando os negócios entre compradores e vendedores. Na Bolsa de Chicago, as cotações da commodity voltaram a trabalhar no patamar de US$ 9,60 por bushel, ou US$ 21 por saca de 60 quilos.

No Brasil também houve valorização, e com a ajuda do dólar. Em Paranaguá, a oleaginosa bateu na marca de R$ 60,50 por saca, conforme apuração da consultoria Safras & Mercado. O preço deu novo ânimo no comércio da oleaginosa, que estava travado.  Ainda assim, pequena parcela da produção esperada para 2014/15 foi negociada até o momento. Segundo levantamento da empresa, somente 12% da safra nacional foram comprometidos até o início deste mês. Nesta mesma época do ano passado, os produtores já haviam fechado contratos para praticamente um terço da colheita da soja, que totalizou 87,1 milhões de toneladas no país no ciclo 2013/14, conforme indicador Expedição Safra Gazeta do Povo.

Estímulo 0,28% foi quanto subiu a cotação do dólar comercial ontem, para R$ 2,46. A valorização da moeda sustenta valorização dos grãos e favorece os negócios para a exportação no Brasil.

ChicagoSomente a soja teve valorização de 2% na Bolsa de Chicago -- os negócios iniciaram a semana com a referência de US$ 9,45 por bushel e terminam perto de US$ 9,60. A alta tem sido influenciada pelo cenário macroeconômico e também por notícias de seca na América do Sul, especialmente no Brasil. De acordo com o sócio-diretor da AGRBrasil, Pedro Dejneka, os fundos de investimentos, considerados os maiores especuladores, voltaram a atuar fortemente no mercado de commodities agrícolas em um comportamento de aversão a riscos.

" Como vários destes especuladores estavam com posições de venda em Chicago, a redução de risco significou a compra de contratos para zerarem suas posições.  O volume de operações registrados em cada um dos três primeiros dias desta semana na CBOT foram enormes.  Somente na terça-feira no contrato de soja em Chicago, foi o 3º maior da história com mais de 400.000 contratos trocando de mãos, o equivalente à 54,5 milhões de toneladas de soja ou 907,2 mil sacos", aponta ele, que fica em Chicago (Illinois).

Ao final desta semana, a força de venda de contratos futuros predominou na Bolsa, pressionando para baixo as cotações da soja. Os operadores trabalham com previsão de retorno da umidade na América do Sul e também de clima favorável aos trabalhos de colheita nos Estados Unidos, que estão bastante atrasados em função das chuvas pesadas das últimas semanas. Com tecnologia de ponta, os norte-americanos tendem a correr para recuperar o atraso da colheita nas próximas semanas.

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